De todos os planetas descobertos no Cosmos, a Terra, até onde sabemos, permanece o único a possuir os processos biológicos necessários à existência da vida. No entanto, os ingredientes químicos para tais processos – incluindo o conjunto completo de elementos estáveis na tabela periódica e certos grupos de moléculas orgânicas complexas – são encontrados em diversos lugares que olhamos no espaço.
Tais constituintes estão presentes nas atmosferas de gigantes gasosos, nas superfícies de mundos rochosos, em luas, asteroides, cometas e até mesmo nas vastas nebulosas do espaço interestelar.
Contudo, existe um vasto abismo que separa a presença de moléculas orgânicas com a presença de um organismo vivo e, até agora, não encontramos nenhum vestígio suficientemente indicativo da existência atual ou passada da vida em nenhum outro objeto celeste.
Os blocos fundamentais constituintes da vida são encontrados de forma frequente em vários cantos do Universo.Fonte: NASA
Felizmente, a busca e a pesquisa científica pela vida fora da Terra continua mais viva e empolgante do que nunca, principalmente na exploração da nossa vizinhança próxima e acessível do Sistema Solar. Embora estejamos ainda na etapa de hipóteses especulativas, existem alguns candidatos interessantes para encontrarmos os primeiros sinais de vida fora da Terra. Aqui vão os 4 principais, em ordem de probabilidade. Confira!
Os 4 candidatos a vida além da Terra no Sistema Solar
4 – Titã
Titã, a maior lua de Saturno.Fonte: JPL, ESA, NASA
Titã é o maior de mais de 100 satélites naturais de Saturno e o segundo maior do Sistema Solar, ficando atrás apenas de Ganímedes, satélite de Júpiter. Com uma atmosfera mais espessa que a da Terra, descobriu-se que Titã tem metano líquido na sua superfície: oceanos, rios e até cascatas!
Os cientistas acreditam que uma das possibilidades para a existência da vida seria a utilização do metano com solvente principal, assim como na Terra usamos a água. Se a resposta for positiva para esta hipótese, pode haver organismos vivos em Titã!
3 – Marte
Cânions na superfície de Marte que indicam a presença de fluxo de água no passado.Fonte: NASA
No passado, o nosso vizinho avermelhado já foi muito parecido com a Terra atual. Talvez durante o primeiro bilhão de anos do Sistema Solar, a água fluiu livremente pela superfície marciana, esculpindo rios, formando, lagos e oceanos, os quais vemos os vestígios atualmente.
Na superfície de Marte, características associadas a um passado aquático, como esférulas (que também são frequentemente associadas à vida na Terra), são comuns. Além disso, o rover Curiosity, da NASA, encontrou uma fonte ativa, subterrânea e variável de metano, uma possível assinatura da presença de vida.
2 – Encélado
Plumas de água lançadas no espaço na superfície de Encélado.Fonte: JPL, ESA, NASA
Esta outra lua gelada de Saturno é menor que Titã, mas anuncia a presença do seu oceano líquido de forma espetacular: lançando jatos de água a 480 quilômetros de altura para o espaço!
Estes gêiseres nos permitiram saber com certeza que existe água líquida sob sua superfície de gelo e também um conjunto de outros elementos e moléculas necessários à vida, como metano, amônia e dióxido de carbono. Isso implica que há possibilidade de haver vida sob os oceanos desta lua distante!
1 – Europa
Comparação da quantidade de água presente na Terra e em Europa (acima à esquerda).Fonte: Kevin Hand (JPL/Caltech),
O lugar que os cientistas acreditam ser o melhor candidato para encontrar vida além da Terra é Europa, a segunda maior lua de Júpiter. Ela, que à primeira vista parece muito longe do Sol para ser uma boa candidata para abrigar vida, tem duas vantagens especiais: uma vastidão de água (mais água do que em toda a Terra); e um sistema de aquecimento interno devido às forças das marés de Júpiter.
Sob sua superfície de gelo, este vasto oceano de água líquida somado às temperaturas internas amenas pode criar uma situação muito análoga às fontes hidrotermais geradoras de vida no fundo do oceano da Terra. Não é provável os organismos sejam como aqueles que vemos na superfície da Terra, mas ainda assim talvez sejam formas de vidas capazes de sobreviver, reproduzir-se e até mesmo evoluir.