Usuários com perfil verificado no X estavam promovendo conteúdos de abuso infantil na rede social, compartilhando links para sites que vendem esse tipo de material. É o que aponta uma investigação feita pela BBC, que teve detalhes divulgados na última quinta-feira (21).
De acordo com a reportagem, foram identificadas pelo menos cinco contas com o selo de verificação do antigo Twitter divulgando páginas nas quais é possível comprar tais conteúdos. Um desses usuários postou links para os sites por mais de seis meses sem que a empresa tomasse alguma medida contra ele.
O relatório indica que os perfis envolvidos se aproveitavam do impulsionamento das postagens, uma das vantagens oferecidas aos assinantes, para alcançar mais pessoas na plataforma. Embora os autores contassem com apenas dezenas ou centenas de seguidores, alguns de seus posts tiveram mais de 40 mil visualizações.
Ainda conforme a BBC, a divulgação dos sites com conteúdos de abuso infantil era feita utilizando “palavras-chave em um dialeto árabe” adotado por pedófilos para interagir, dificultando a identificação. O trabalho também incluía a promoção de canais no Telegram que ofereciam arquivos sinalizados como “menino novo” e “menina nova”.
Conteúdo extremo
Atuando na investigação, denúncia e remoção de imagens de abuso sexual infantil nos meios digitais, a Internet Watch Foundation (IWF) confirmou que uma das contas verificadas promovia os materiais. Ela compartilhava vídeos da “categoria B”, a segunda mais extrema, que classifica a atividade sexual sem penetração com crianças.
Nas imagens, que traziam algum tipo de censura, havia crianças de 7 a 10 anos, de diferentes etnias e sem identificação. Outra conta, não verificada, foi flagrada pela entidade com conteúdo ainda mais extremo, sinalizado como “categoria A”, mostrando a relação sexual com penetração envolvendo um menino de 10 anos.
Segundo os especialistas que participaram da investigação, as outras contas analisadas foram suspensas ou tiveram o conteúdo excluído antes da checagem. Um representante do X disse que os perfis denunciados foram bloqueados, mas não forneceu outros detalhes a respeito do caso.