Lula ameaça ‘acabar’ com as bets se a regulação do setor não funcionar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na quinta-feira (17) que o governo pode “acabar” com o mercado de apostas online no Brasil caso a regulação do setor não consiga garantir o uso seguro das bets. O comentário aconteceu durante entrevista à Rádio Metrópole, em Salvador (BA).

Na conversa, o petista afirmou que o tema foi tratado esta semana em uma reunião envolvendo 14 ministérios, quando se colocou em pauta a possibilidade de proibir as bets ou elaborar normas para o funcionamento delas. Ao final, os participantes decidiram pela segunda opção.

O vício em apostas e o endividamento têm causado preocupação no governo.Fonte:  Getty Images/Reprodução 

“Nós vamos ver se a regulação dá conta. Se a regulação der conta, está resolvido o problema, se não der conta, eu acabo, fica bem claro. Porque você não tem controle do povo mais humilde, de criança com celular na mão fazendo aposta, nós não queremos isso”, explicou Lula.

A regulação das bets envolve o banimento das plataformas de apostas irregulares, com o bloqueio de mais de 2 mil sites ilegais. No momento, 98 empresas representando 215 casas de apostas possuem autorização para funcionar no Brasil, conforme a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda.

Preocupação com apostas online

Além do bloqueio das bets ilegais, o governo tem pensado em outras medidas para reduzir o impacto das apostas na saúde mental e financeira da população, diante do aumento dos casos de endividamento e dependência do jogo. Limitar ou bloquear o cartão do Bolsa Família para apostas é uma delas.

Também há planos de monitorar CPFs, passando a exigir que as empresas registrem o documento dos jogadores. Com isso, seria possível um acompanhamento mais direto do histórico de apostas, o que também pode contribuir para a identificação de fraudes e golpes.

Dados do Instituto Locomotiva apontam que 25 milhões de pessoas começaram a fazer apostas esportivas online entre janeiro e julho deste ano, gastando R$ 52 milhões, como destaca a Agência Brasil. Deste total, 86% estão endividadas e 64% possuem o nome registrado no Serasa.

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