Previsto inicialmente para ocorrer somente em 2025, o máximo solar, período de maior atividade do ciclo atual do Sol, está ocorrendo agora. O anúncio foi feito em uma teleconferência de imprensa na terça-feira (15), por representantes da NASA, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) e do Painel Internacional de Previsão do Ciclo Solar.
Alertando que podemos permanecer nesse período pelo próximo ano, o diretor de operações de clima espacial da NOAA, Elsayed Talaat, explicou que, “Embora o Sol tenha entrado no período de máximo solar, o mês exato em que a atividade solar atingirá seu pico não será identificado por meses ou anos”.
Entrar em um período máximo solar significa que o Sol ingressou em seu ponto de maior atividade em um ciclo de aproximadamente 11 anos, em que sua atividade magnética aumenta e diminui. Isso significa um aumento de manchas solares na superfície e maior frequência de erupções e ejeções de massa coronal.
Como ocorre um máximo solar?
O ciclo solar de 11 anos é também conhecido de ciclo de Schwabe, em homenagem ao farmacêutico e astrônomo amador Heinrich Schwabe que, observando o Sol por longos períodos no século 19 em busca de um suposto planeta além de Mercúrio, descobriu a periodicidade das manchas solares.
Em suas observações do Sol, realizadas de 1826 a 1843, o astrônomo percebeu que o nosso astro gira sobre seu eixo uma vez a cada 27 dias. Ele também registrou que, em ciclos de 11 anos, o Sol passa por períodos calmos, que coincidem com poucas manchas solares visíveis, e passa à sua fase máxima, onde numerosos grupos de manchas solares podem ser observados.
Durante a recente coletiva de imprensa para anunciar o máximo solar, o diretor do Programa de Clima Espacial da NASA, Jamie Favors, alertou que “Este aumento na atividade fornece uma oportunidade emocionante para aprender sobre nossa estrela mais próxima, mas também causa efeitos reais na Terra e em todo o nosso sistema solar”.
Consequências do máximo solar
Durante o máximo solar, muitas auroras poderão ser vistas ao redor do mundo.Fonte: Getty Images
Durante cada ciclo solar de aproximadamente 11 anos (mas que pode ocorrer em períodos entre oito e 14 anos), o campo magnético do Sol inverte completamente sua polaridade. Essa transformação, na qual o polo norte magnético se torna o polo sul e vice-versa, ocorre geralmente durante o máximo solar.
Nesse período, o campo magnético solar se torna mais caótico, com regiões de campo aberto, aquelas onde as linhas de campo magnético unipolares se projetam para o espaço interplanetário, espalhadas por várias partes do Sol, além dos polos.
Segundo a copresidente do Painel de Previsão do Ciclo Solar, Lisa Upton, as tempestades geomagnéticas devem ficar dentro do esperado. Assim, mesmo com a atenção redobrada para impactos potenciais em satélites, redes elétricas e comunicações, a NASA espera ótimas oportunidades para pesquisar o clima espacial, enquanto aqui na Terra esperamos por belas auroras.
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