Com os recentes dados sobre a utilização do Bolsa Família para o pagamento de apostas em bets, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, promete “limite zero” para esse tipo de prática. Segundo a coluna do jornalista Valdo Cruz, do g1, o ministro apresentará uma série de propostas ao presidente Lula para proibir essas ações.
Conforme a publicação, Wellington Dias condenou que beneficiários do Bolsa Família utilizem o programa para apostar em aplicativos. Dias pontuou a importância do serviço, responsável por tirar mais de 24 milhões de pessoas da pobreza, mas destacou a necessidade de “proteger os beneficiários do vício do jogo”.
Para o ministro, uma das soluções é fazer com que o cartão do programa tenha uso proibido nas casas de apostas. Caso esse movimento seja detectado, uma das penalidades seria a mudança de titularidade no cartão, que passaria para outra pessoa da família.
“As famílias têm outras rendas, hoje isso é possível dentro do nosso programa, então ela tem liberdade para isso. O que vamos acompanhar é se as famílias estão se endividando com jogos e não usando o dinheiro para alimentar seus familiares”, comenta o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.
Privacidade das famílias também está em jogo
Dias aponta que o governo não irá interferir diretamente na decisão das famílias realizarem apostas ou não, já que essa é uma escolha pessoal. No entanto, a expectativa é que o cartão do benefício tenha um tipo de tolerância zero para apostas.
Apesar da fala do ministro, essa não é uma decisão unânime nos corredores do Planalto. Outros políticos e assessores próximos ao presidente Lula entendem que não cabe ao governo realizar essa proibição, já que ameaçaria a privacidade das famílias. No entanto, a ideia de proibir cartões de crédito em apostas tem crescido e pode ser uma alternativa para combater o endividamento.
Grande parte das apostas é feita via PIX, mas pagamentos em cartão de crédito podem endividar famílias.Fonte: GettyImages
As falas de Wellington Dias surgem dias após a liberação de um relatório do Banco Central que informava que beneficiários do Bolsa Família gastaram cerca de R$ 3 bilhões em apostas em agosto.