Asus ROG Ally X chega ao Brasil: vale a pena comprar o console portátil?

Na terça-feira (24), a Asus lançou no Brasil o ROG Ally X, a aguardada nova geração do console portátil da marca. O modelo, preparado para rodar os jogos mais recentes, vem com aprimoramentos na bateria e no sistema de ventilação, além de melhorias nos controles e em outros aspectos.

O TecMundo teve acesso antecipado à novidade. No ano passado, publicamos um review do primeiro PC gamer portátil em forma de console com tela da marca, considerando-o uma ótima primeira tentativa, mas que pecava em alguns pontos essenciais, não fazendo sentido a sua compra.

Desde então, o valor cobrado pela fabricante caiu bastante, mas ainda assim trata-se de uma opção que não vale o investimento devido aos problemas apresentados. Como a nova versão traz o mesmo processador, as melhorias técnicas e o aumento da bateria poderiam não ser suficientes para fazê-lo mudar o produto de patamar. No entanto, três semanas testando a novidade, ficou claro que a atualização é consideravelmente melhor, resolvendo ou pelo menos reduzindo os problemas. Confira o review do Asus ROG Ally X.

Design

Traseira do Asus ROG Ally X.Fonte:  YouTube/TecMundo/Reprodução 

Começando pelo design, a primeira impressão é que não mudou muita coisa, mas há diferenças, sim. A maior delas é a cor, com o ROG Ally X disponível em preto, enquanto o anterior era apenas branco. Já as mais sutis estão no tamanho ligeiramente maior, mas isso é perceptível apenas colocando os dois consoles lado a lado.

Ele também é 70 g mais pesado, mas continua leve. Mais sutil ainda é a diferença no descanso para as palmas das mãos, mais arredondado — não que o formato da geração anterior tivesse incomodado. Ambos são confortáveis de segurar mesmo depois de muito tempo jogando.

  • Dimensões: (L x A x E): 28 x 11,1 x 2,47~3,69 cm
  • Peso: 678 g

O layout da dianteira não mudou, com a tela na posição central trazendo proteção Gorilla Glass Victus contra riscos, mas que não altera o fato de ser uma boa ideia comprar um case para transporte. Os manches analógicos são mais firmes, o que é bom, mas nada que faça muita diferença.

Os botões seguem o layout dos controles de Xbox, com a adição dos botões próprios da Asus no meio, e há LEDs coloridos customizáveis ao redor dos analógicos, além de microfones embutidos e alto-falantes estéreo frontais com certificação Dolby Atmos e de som Hi-Res, em um volume potente na medida certa.

Exceto pelos quatro botões de ombros, que continuam na mesma boa posição, é na parte superior onde há mais mudanças visíveis. Ainda temos o botão de energia com leitor de digitais ali, assim como a alavanca de volume, mas o conector XG mobile dá lugar a duas portas USB-C separadas, sendo uma 3.2 e a outra USB 4, com suporte a Thunderbolt 4.

Portas USB-C do portátil.Portas USB-C do portátil.Fonte:  YouTube/TecMundo/Reprodução 

Com essa mudança, não é mais necessário o acessório para conectar o Ally X a monitor, mouse e teclado. Basta ter um hub USB-C com as saídas certas e usar a outra porta para carregar o aparelho. Bem melhor assim, por mais que um notebook seja a opção mais indicada para quem busca um aparelho para produtividade.

  • 1x USB-C 3.2 2ª geração com suporte a DisplayPort e power delivery
  • 1x USB-C 4 com Thunderbolt 4, Displayport 1.4 com suporte a Freesync e Power Delivery 3.0
  • 1x conector de 3,5 mm para fone e microfone
  • 1x slot para cartão microSD

Também há leitor de cartão, agora em outra posição, mais longe do meio e de uma das duas saídas de ar quente. Aparentemente, algumas pessoas tiveram problemas com o calor dos dutos literalmente fritando cartões de memória no Ally anterior, mas a Asus não explicou o motivo da mudança.

Na traseira temos duas diferenças, basicamente, começando com mais entradas de ar, ajudando na gestão térmica e impactando o desempenho sustentado e a duração da bateria. Além disso, há os dois botões customizáveis ativados em diferentes sentidos, facilitando o uso independente do tamanho das mãos e dos dedos.

O que não mudou foi a ausência de qualquer certificação de resistência contra água, então mantenha o Ally X protegido de chuva e outros líquidos.

Tela

A tela é a mesma da geração passada.A tela é a mesma da geração passada.Fonte:  YouTube/TecMundo/Reprodução 

Outro ponto que se manteve inalterado foi o display, exatamente igual ao do antecessor. Temos aqui um painel IPS LCD de 7 polegadas com resolução Full HD, 120 Hz de taxa de atualização, suporte a HDR com tecnologia Dolby Vision e tempo de resposta de 7 ms.

Ou seja, para os ultracompetitivos continua não sendo ideal, mas gamers mais casuais estão muito bem servidos para jogar em ambientes internos, por mais que um painel OLED provavelmente fosse melhor.

O que poderia ter melhorado é o brilho da tela. Com 500 nits, o painel ainda sofre para permitir jogatinas em ambientes com iluminação natural do Sol.

Hardware

O ROG Ally X tem 1 TB de armazenamento.O ROG Ally X tem 1 TB de armazenamento.Fonte:  YouTube/TecMundo/Reprodução 

O chip que dá poder ao console é exatamente o mesmo do Ally original, o AMD Ryzen Z1 Extreme. Mas agora ele traz alguns Watts a mais de potência nos diferentes modos de desempenho, o que é possível graças às melhorias no gerenciamento térmico.

Além disso, a RAM LPDDR5 aumentou para um total de 24 GB e roda em velocidades maiores, somando para um ganho total de desempenho considerável. E o armazenamento dobrou, chegando a 1 TB no SSD.

No primeiro aparelho, o poder que um chip tão pequeno foi subestimado em sua capacidade teria para rodar títulos pesados feitos para computadores. Agora, foi subestimado o quão mais potente o aparelho poderia ter ficado mesmo sem trocar de processador. E realmente ficou.

Games como Diablo 4 rodaram melhor, mesmo com configurações elevadas e sem o Ally X estar ligado à tomada. Até títulos com gráficos bastante exigentes, como Guardiões da Galáxia, foram executados muito bem com as configurações gráficas em alta, mantendo taxas de quadros acima dos 50 fps mesmo em momentos de ação.

É o desempenho de um super computador gamer de ponta? Não, mas é bem impressionante para um formato tão compacto.

Um ponto que havia incomodado o analista no modelo anterior era a estranha demora para a inicialização dos jogos, mas esse é um problema que não aconteceu no Ally X. Mesmo games pesados abriram rapidamente.

Na conectividade, nada mudou. Ele continua compatível com Wi-Fi 6E e Bluetooth 5.2, mas sem suporte a chip de operadora para internet móvel. Sabemos que é possível rotear a internet do celular caso você queira jogar em qualquer lugar que exija autenticação online, mas seria interessante a opção de não drenar a bateria do celular junto à do console para isso.

Software

O console é compatível com uma ampla quantidade de games.O console é compatível com uma ampla quantidade de games.Fonte:  YouTube/TecMundo/Reprodução 

Em relação ao software, a base principal é o Windows 11 Home, o que significa que ele roda qualquer jogo disponível para um PC mais tradicional com configurações equivalentes. Continua sendo possível instalar games da Steam, Epic e Battlenet, assim como usar apps variados, da Netflix ao pacote Office.

Porém, o controle pelos botões estilo vídeo game continua não funcionando muito bem e o touch da tela nem sempre faz o que você quer em um display relativamente pequeno para a interface do sistema da Microsoft.

O Armory Crate da Asus está presente, sendo ativado pelo botão dedicado à direita da tela. Ele foi redesenhado e tem uma organização mais simples e intuitiva, além de desempenho melhor. Funciona bem como um hub para acesso aos jogos e configurações variadas do Ally X, mas não serve como substituto ao sistema.

O SteamOS ainda sai na frente, mas pelo menos há esperança de que a plataforma da Valve seja liberada para o novo console da Asus, algum dia. Não que você deva contar com isso na hora de comprar o seu, afinal, ninguém sabe quando ou mesmo se isso realmente vai acontecer.

E a tecla com o desenho de um botão play à esquerda da tela ainda abre o Centro de Comando, com atalhos rápidos para mexer, a qualquer momento, em configurações importantes do aparelho. Tudo isso está respondendo melhor do que na geração anterior.

Bateria

Carregador do console.Carregador do console.Fonte:  YouTube/TecMundo/Reprodução 

Quem viu o nosso review do Ally original sabe que esse era de longe o ponto mais fraco do aparelho, com títulos AAA drenando a bateria em menos de uma hora. No Ally X, a Asus dobrou a capacidade das reservas energéticas, indo de 40 Wh para 80 Wh. Juntando isso às melhorias de gerenciamento de calor, o resultado é perceptível.

Mesmo sem tirar o aparelho do modo “Desempenho”, o console chegou a três horas de jogatina em Diablo 4 antes de precisar recarregar. E ao mudar para o modo “Turbo”, otimizando o desempenho, o aparelho aguentou cerca de duas horas.

Reduzindo as configurações do Ally X, o brilho da tela e os gráficos dos jogos para o mínimo, não é impossível passar de quatro horas longe da tomada, resolvendo boa parte das situações em que você não teria acesso a uma fonte de energia por algum tempo. É uma evolução impressionante e muda totalmente a visão sobre o aparelho.

O carregador, por sua vez, não mudou, continuando com 65W, então gasta quase duas horas para ir de zero a 100% de carga sem que o Ally X esteja em uso.

Vale a pena comprar o ROG Ally X?

O ROG Ally X tem preço sugerido de R$ 7.999.O ROG Ally X tem preço sugerido de R$ 7.999.Fonte:  YouTube/TecMundo/Reprodução 

Considerando que o ROG Ally X entrega um nível de desempenho excelente em um formato realmente compacto e prático para jogar em qualquer lugar, e com uma bateria minimamente boa para permitir sessões decentes de diversão, é possível dizer que a Asus acertou a mão e criou um PC gamer portátil de respeito.

O aparelho está entre os melhores no formato, se não for o melhor. O analista só não o coloca no topo da categoria porque ainda não experimentou as opções da Lenovo e o Steam Deck.

No entanto, essa maravilha toda tem um preço: R$ 7.999. Por essa quantia, ele certamente não é um aparelho barato. O Ally original teve seu valor reduzido pela Asus e já pode ser encontrado perto dos R$ 5 mil em varejistas confiáveis, mas não dá para dizer que ele vale a pena pelos problemas explicados.

Já o Ally X, por mais que seja caro demais, pode se tornar uma opção muito interessante quando eventualmente seu preço for reduzido. Quem comprar um com certeza vai ficar satisfeito.

Agora, nos diga: o que você achou do RoG Ally X? Há algum ponto importante que deixamos de citar no review? Use as redes sociais do TecMundo para compartilhar a sua opinião a respeito do novo console portátil da Asus.

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