A rede social corporativa LinkedIn começou a utilizar dados pessoais e conteúdos de usuários para treinar modelos de inteligência artificial (IA) generativa na plataforma. Entretanto, a empresa não avisou o público que começaria a fazer isso e ainda ativou por padrão essa opção nas configurações de toda a comunidade.
A denúncia partiu do site 404 Media, que encontrou relatos de usuários na rede social sobre o caso. Além de ter feito tudo isso na surdina, o LinkedIn nem sequer atualizou os próprios termos de serviço para falar sobre o assunto antes de ser contatado pela imprensa internacional.
“O LinkedIn e suas empresas afilliadas podem usar seus dados pessoais e conteúdos que você cria no LinkedIn para treinar os modelos de IA generativa que criam conteúdos?”, diz a opção para os usuários, que já aparecia como “Ativado” mesmo para quem nunca acessou o painel de configurações.
A IA generativa da plataforma pode ser usada como um assistente de texto e para elaborar mensagens para outras pessoas. Ao se alimentar de conteúdos e dados publicados no serviço, ele ganha uma linguagem corporativa, incluindo jargões de vários meios e até modos de escrita que podem variar de acordo com a área profissional de cada pessoa.
E as leis de proteção de dados?
Na União Europeia, país com leis específicas e rígidas de privacidade digital, a coleta de dados não está valendo. O Brasil tem a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) com efeitos similares, mas o país não parece ter ficado de fora da medida.
A medida é similar ao que a Meta fez com usuários no Brasil: só era possível excluir o próprio perfil da coleta de dados para alimentar uma IA a partir de um formulário de difícil acesso e sem divulgação oficial por parte da companhia.
No caso da dona de WhatsApp e Instagram, autoridades brasileiras conseguiram congelar esse processo e obrigaram a Meta a mudar as próprias regras para respeitar a privacidade dos usuários.
Na página de suporte que explica o caso, o LinkedIn argumenta que a coleta “se aplica ao treinamento e ao ajuste fino de modelos de IA generativos que são usados para gerar conteúdo” pelo serviço e seus afiliados.
Como não autorizar o LinkedIn a usar dados para treinar IAs
Para acessar o menu exato sobre a coleta de dados para treinar a IA generativa do LinkedIn, basta clicar neste link. Na página, desmarque a opção “Ativado”.
Se quiser fazer o caminho manualmente ou no aplicativo para dispositivos móveis, toque na sua imagem de perfil e vá em “Configurações em privacidade“. Depois, acesse o menu “Privacidade dos dados” e, em seguida, toque em “Dados para aprimoramento da IA generativa“.
Lá, é só tocar no botão até que ele fique em “Desativado” para não autorizar que o LinkedIn use as suas publicações e informações para alimentação da plataforma generativa.