A operadora E-Space está apta a operar seu serviço de internet via satélite no Brasil, com a autorização publicada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na última quarta-feira (11). A liberação foi concedida após o pagamento da primeira parcela do licenciamento, no valor de R$ 20 mil, de acordo com o Telesíntese.
Na decisão, é informado que a empresa registrada em Ruanda deve começar a operar a constelação Semaphore em até dois anos, sob o risco de perda da licença no território nacional. O pedido foi iniciado em julho do ano passado, sendo alvo de consulta pública devido às frequências utilizadas.
O serviço, que será operado localmente por meio da empresa E-Space Brazil Holdings, poderá usar até 8.640 satélites de baixa órbita. Com isso, a companhia terá o maior projeto do tipo em atuação no território nacional, já que a Starlink está liberada para usar no máximo 4,4 mil satélites, no momento.
Segundo a E-Space, sua constelação é formada por equipamentos de tamanho reduzido, com capacidade para resistir às colisões e coletar detritos deixados por outros na mesma faixa da órbita terrestre. A operadora não informou o número exato de satélites operando atualmente — três foram lançados em 2022, para demonstrações da tecnologia no ano passado.
Foco em conexão para dispositivos IoT
Embora possua aval para usar uma constelação maior do que a da empresa de Elon Musk, a E-Space traz equipamentos de menor capacidade. Os satélites Semaphore utilizam as frequências UHF/VHF de 340 a 370 MHz (enlace de subida) e de 267 a 297 MHz (enlace de descida).
O foco da operação é oferecer conexão para dispositivos de internet das coisas (IoT), mas a companhia afirma que também atende outros tipos de aplicação com baixo consumo de dados. Além disso, a tecnologia pode ser usada em chamadas de voz e transmissão de vídeos.
Criada por Greg Wyler, responsável por fundar as operadoras OneWeb e O3B Networks, a E-Space tem planos de lançar pelo menos 100 mil satélites futuramente, oferecendo internet via satélite em todo o mundo.