A Shein comprou a briga e entrou na justiça contra a Temu, varejista chinesa que há pouco chegou ao Brasil. A loja acusa a rival de copiar seus designs e construir todas as suas operações em falsificações e fraudes.
A briga entre as duas marcas perdura desde o ano passado, quando a Temu acusou a Shein de persuadir fornecedores a não trabalhar com a empresa. Posteriormente, a Shein acusou a Temu de divulgar conteúdo falso ou depreciativo em relação ao marketplace para influenciadores. Neste caso, os dois processos foram abandonados em outubro de 2023.
A Shein acusa a Temu de violar direitos autorais e vender produtos copiados.Fonte: GettyImages
Porém, a briga tomou um novo capítulo nesta segunda-feira (19), quando a Shein processou a Temu por violação de direitos autorais nos Estados Unidos. Segundo a loja de blusinhas, a Temu não é um verdadeiro marketplace, mas uma loja que encoraja os vendedores a copiar designs de outras marcas.
“A Temu atrai consumidores dos Estados Unidos para baixar e usar seu aplicativo mobile com a promessa de preços extremamente baixos. Porém, a Temu não está lucrando com a venda desses produtos, e a Temu deve subsidiar cada venda, uma vez que os preços são tão baixos”, argumentou a Shein.
Para manter esse sistema, a única saída para a Temu seria “encorajar que seus vendedores copiem propriedade intelectual de outros” e vender produtos de baixa qualidade, pontuou a Shein.
No processo, além da violação de direitos autorais, a Shein acusa a Temu de:
- Se passar por ela no Twitter para enganar consumidores;
- Subsidiar vendas para manter preços extremamente baixos;
- Roubar segredos de mercado;
- Usar a marca da Shein no Google Ads.
Todo o processo é composto por mais de 80 páginas. Nelas, estão dezenas de exemplos de roupas que a Temu teria copiado. Além disso, a queixa também inclui prints de anúncios da Temu com o título da Shein.
Sujo falando do mal lavado
Da mesma forma que a Shein acusa a Temu de copiar o design de concorrentes, ela mesma é acusada de fazer a mesma coisa. O site CNBC destaca que, em julho de 2023, a loja foi alvo de processos por violação de direitos autorais por três designers independentes.
A Shein negou as acusações e até apresentou as medidas que toma contra vendedores e fornecedores que apresentam produtos copiados.
Segundo um porta-voz da Temu, a “audácia [da Shein] é inacreditável”.