A empresa de cibersegurança CrowdStrike, responsável pelo “apagão cibernético” da última sexta-feira (19) que gerou prejuízos globais incalculáveis, pediu desculpas e agradeceu parte da equipe de uma forma inusitada. A companhia enviou para algumas pessoas um cartão de presente de apenas US$ 10 (cerca de R$ 56) para ser resgatado no serviço de delivery Uber Eats.
Na terça-feira (23), pessoas ligadas à empresa começaram a receber os bônus e um email de agradecimento. Vários dos “premiados” publicaram a mensagem nas redes sociais, alguns deles irritados com o baixo valor em comparação aos problemas gerados pela empresa.
O email enviado pela empresa aos colaboradores e parceiros.Fonte: TechCrunch
“Para expressar nossa gratidão, o seu próximo copo de café ou lanche noturno é por nossa conta“, diz a mensagem. A CrowdStrike ainda reconhece “o trabalho acidional” que o incidente causou, pede desculpas e um “obrigado de coração” pela inconveniência.
Em regiões de outras moedas, o valor varia de acordo com a cotação. No Reino Unido, por exemplo, o cartão-presente foi de 7,75 libras — também R$ 56 em conversão direta.
Até o cartão de presente teve pane
De acordo com o site Business Insider, diferente do que foi divulgado originalmente, o cartão de presente não foi enviado para clientes afetados pelo bug. Foram contemplados apenas parceiros diretos, como revendedores e funcionários que tiveram trabalho extra após as falhas.
Ironicamente, o próprio gift card acabou passando por problemas técnicos: devido ao alto número de uso, o Uber Eats suspeitou de fraude e cancelou temporariamente os bônus de US$ 10. O valor foi restabelecido depois de algumas horas e com a reclamação de clientes.
Problema de atualização gerou caos em aeroportos e outros estabelecimentos.Fonte: GettyImages
A CrowdStrike já explicou o que gerou problemas globais em vários serviços e estabelecimentos, como aeroportos e bancos. Segundo o comunicado, o problema estava em uma “atualização problemática” na plataforma Falcon, enviada a sistemas Windows de forma irregular com instâncias que deveriam ficar de fora do sistema final.
Por gerar congelamentos, tela azul e ciclos de reinicialização forçados em PCs, terminais e servidores, o problema afetou serviços como bancos, aeroportos, escritórios e vários outros estabelecimentos corporativos ao redor do mundo. Cerca de 8,5 milhões de dispositivos teriam sido afetados.
A recuperação dos equipamentos levou tempo: boa parte dos sistemas só voltou ao ar nos últimos dois dias, quando a Microsoft lançou uma ferramenta executável via USB para resolver a incompatibilidade. Segundo a CrowdStrike, um “número significativo” de clientes afetados já teve os problemas resolvidos.