O horário de verão deve mesmo voltar no Brasil nos próximos meses. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), principal controlador da geração e transmissão de energia no país, recomendou em relatório a adoção da medida em território nacional.
Em uma reunião realizada no Rio de Janeiro, o ONS argumentou que o horário de verão poderia ajudar a “desestressar” o sistema elétrico em momentos de alto consumo — atualmente definidos como entre as 14 horas e 16 horas. A instituição ainda citou a atual situação climática vivida pelo planeta, com o país encarando uma nova nova crise hídrica por causa das baixas chuvas.
Originalmente, o horário de verão tinha como objetivo reduzir o consumo de energia elétrica logo após o pôr-do-sol, no pico entre 18 horas e 21 horas.
A ideia da medida é permitir que a população aproveite a luz natural por mais algum tempo e use menos dispositivos que dependam de eletricidade, como lâmpadas, ar-condicionado e eletrônicos de entretenimento, por exemplo.
Governo ainda não se decidiu
Apesar da decisão favorável do ONS, ainda são necessários alguns passos para o retorno definitivo do horário de verão. Isso porque outras pessoas envolvidas na discussão ainda não estão convencidas de que a volta é uma boa ideia.
É o caso do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Após a reunião, ele disse ainda ter dúvidas e pediu “serenidade para avaliar alternativas e conversar com os setores interessados“. O ministro também quer avaliar os impactos da ação para ao menos mais dois anos para discutir a viabilidade.
Lula terá a decisão final sobre a medida.Fonte: GettyImages
Outro órgão com ressalvas é o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele pediu ao governo que só aplicasse o horário de verão a partir de novembro, após as eleições municipais. O motivo seria uma possível confusão com as horas que poderia atrapalhar eleitores no dia da votação.
A decisão agora deve ser tomada pelo presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, que já sinalizou positivamente sobre a medida anteriormente. O horário de verão foi suspenso em 2019 sob o argumento de que não havia um motivo prático para a sua manutenção do ponto de vista de economia de energia elétrica.