A Rússia quer punir soldados que forem flagrados usando o celular durante a guerra com a Ucrânia. A medida é para evitar que os dispositivos sejam utilizados para monitorar o posicionamento de tropas. A informação foi divulgada pelo TASS, agência nacional de notícias do país.
Um projeto de lei elaborado pelo Comitê de Defesa da Duma Federal, câmara baixa da Assembleia Federal da Rússia, menciona que celulares conectados à internet contém dados que podem identificar tropas russas ou a localização das forças do país. O uso desses dispositivos será considerado uma “infração disciplinar grave”, levando até 10 dias de prisão.
De acordo com a CNN, os militares ucranianos e russos supostamente aproveitam os dados de geolocalização para identificar alvos durante o conflito. Eles extraem as informações a partir de registros, fotos e mensagens, então coordenando os ataques.
Um projeto de lei prevê prisão de até 10 dias se um soltado russo for pego usando o celular na guerra contra a Ucrânia. (Imagem: Getty Images)Fonte: GettyImages
A decisão da Duma Federal, porém, é alvo de críticas por criadores de conteúdo militar da Rússia. Eles alegam que os políticos não compreendem a natureza da guerra.
Esse público argumenta que os dispositivos não precisam ser banidos, mas substituídos por soluções com proteção reforçada contra o roubo de dados.
A guerra, iniciada em fevereiro de 2022, já teve alcance expandido para a área cibernética anteriormente. Em agosto de 2023, a aliança de Cinco Olhos (Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia) alertou que hackers russos haviam invadido aparelhos de soltados ucranianos para roubar dados confidenciais.
O ataque cibernético também foi reconhecido pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), que reparou que tablets Android dos militares ucranianos foram invadidos.
De forma similar, a Rússia também alega ter dados roubados a partir de celulares. O Ministério da Defesa da Rússia menciona que o ataque de 1° de janeiro de 2023 em Makiivka, Donetsk, foi causado pelo uso de celulares.