Um dos grandes paradoxos do estudo astronômico é que, quanto mais a tecnologia expande o nosso poder de observação do Universo, mais enigmático ele fica. Ao longo dos séculos, muitos mistérios estelares foram solucionados, porém, outros ainda mais interessantes, como a própria natureza do cosmos, ainda continuam sem repostas.
Afinal, quem nunca se perguntou, por que o espaço é escuro, mesmo com tantas estrelas? Ou se o nosso sistema solar é único, e qual a origem da vida dentro e fora da Terra? Em meio a tantos mistérios até o momento sem respostas, selecionamos os cinco maiores enigmas que continuam a intrigar os cientistas. Confira abaixo!
Os maiores mistérios do Universo
O que causou o Big Bang?
Uma possível causa do Big Bang teria que ter existido antes do início de tudo.Fonte: Getty Images
Falar em “causa” do Big Bang é uma questão paradoxal, pois implica na existência de um evento anterior ao elemento fundador do Universo conforme o entendimento científico atual. No entanto, antes dessa singularidade primordial, simplesmente não havia nada, afirmou o astrofísico Stephen Hawking, ao programa Startalk, de Neil deGrasse Tyson.
Segundo o autor de Uma Breve História do Tempo, o Universo é um continuum espaço-tempo sem fronteiras, ou uma superfície fechada sem fim, em forma de esfera. E fez uma analogia com a Terra. Considerando que tempo normal e tempo real começassem o polo sul, ele disse: “Não há nada ao sul do Polo Sul, então não havia nada antes do Big Bang”, diz Hawking.
Assim, o Big Bang pode não ter sido só a criação da matéria e da energia, mas ser também, ele próprio, a origem do espaço e do tempo.
Cadê os alienígenas?
Com 400 bilhões de estrelas, o Universo tem alta probabilidade de planetas com vida.Fonte: Getty Images
Essa questão, proposta pelo físico italiano Enrico Fermi, é chamada de Paradoxo de Fermi, e sugere que um Universo tão vasto como o nosso, com cerca de cem bilhões de galáxias, tem uma alta probabilidade de planetas com condições propícias à vida. No entanto, nenhuma assinatura tecnológica de alienígena foi detectada até agora.
Só a nossa galáxia tem 400 bilhões de estrelas, das quais 20 bilhões são parecidas com o nosso Sol, e um quinto delas tem planetas semelhantes à Terra em sua zona habitável. À falta de um único extraterrestre vivo, Fermi questiona: será que existem fatores que impedem o contato ou a expansão interestelar, ou nós é que somos uma anomalia no Universo?
Do que o Universo é realmente feito?
As desconhecidas matéria e energia escura são responsáveis por 95% do Universo.Fonte: Tom Abel & Ralf Kaehler (KIPAC, SLAC), AMNH
Talvez o maior mistério da astronomia, a questão da composição do Universo continua indecifrável por todos os métodos científicos, principalmente devido à natureza desconhecida da matéria e da energia escura. Ocupando cerca de 95% do Universo, esses componentes ainda não têm suas naturezas conhecidas.
Desse total, 27% são partículas desconhecidas de matéria escura que, por não refletir a luz, podem ser apenas intuídas através de seus efeitos gravitacionais em objetos visíveis e outras assinaturas indiretas, como as lentes gravitacionais, que distorcem a luz.
No caso da energia escura, o mistério é maior, pois se trata de um espaço vazio, que representa 68% do Universo, cujo principal efeito conhecido é uma suposta expansão cósmica causada pelo seu (também não comprovado) efeito repulsivo. Portanto, esse chamado “modelo de concordância da cosmologia” ainda tem muito a explicar.
Como será o fim do Universo?
Uma pequena alteração nos “botões reguladores do cosmos” poderia extinguir a vida.Fonte: Getty Images
Embora do pouco que conhecemos sobre os 5% de matéria do Universo, tenhamos conseguido estabelecer algumas propriedades admiráveis, como a relação entre prótons e elétrons, o comportamento da gravidade, do eletromagnetismo e das forças nucleares forte e fraca, ninguém consegue explicar porque esses valores são do jeito que são.
E, o que é mais assustador, uma pequena mexida nessa delicada interdependência das constantes fundamentais da física poderia eliminar todas as estrelas, planetas e vida do Universo.
Mas, se essas propriedades fundamentais ocorreram por um processo aleatório, por que essa coincidência resultou em um equilíbrio tão especial? Essa “especialização”, focada na vida, continua intrigando cientistas filósofos. Será que demos a sorte de habitar um mundo favorável dentro do multiverso?
A vida nasceu na Terra?
A teoria da panspermia tem apresentado novas evidências de que a vida veio do espaço.Fonte: Getty Images
Embora a comunidade científica apoie teorias de que a vida surgiu na Terra, como a abiogênese (a partir de matéria inorgânica) e a chamada hidrogênese termal profunda, a teoria de que a vida se originou no espaço e foi trazida ao nosso planeta por meteoritos ou cometas tem experimentado progressos.
A descoberta, anunciada em abril de 2022, das duas bases nucleares essenciais do DNA, citosina e timina em meteoritos, completou o conjunto de nucleobases essenciais à transmissão de informações genéticas em todos os organismos vivos existentes.
Anteriormente, outras cinco moléculas orgânicas (adenina, guanina, citosina, timina e uracila) já haviam sido descobertas.
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