O Project Astra anunciado na última terça-feira (14) durante o Google I/O 2024. A ferramenta é uma inteligência artificial (IA) que utiliza a câmera de um smartphone para realizar uma série de ações, como identificar objetos, e até mesmo lembrar deles, graças ao armazenamento de informações em um banco de dados.
Durante o Google I/O 2024, jornalistas e especialistas puderam participar de um teste com o Project Astra rodando em um smartphone. Na ocasião, era possível conferir algumas das tecnologias, como o reconhecimento de pessoas e elementos, e a interação com a IA por meio recursos de voz.
Confira, a seguir, as primeiras impressões publicadas pelos principais veículos e especialistas do ramo.
O Project Astra foi apresentado durante o durante o I/O 2024.Fonte: Reprodução/Google
“Saí com mais perguntas do que havia entrado”
A jornalista especializada em celulares, Florence Ion, do site Gizmodo, teve a oportunidade de testar o Project Astra durante o evento realizado pelo Google. Instalado em um Pixel 8 Pro, novo aparelho da empresa, ele tinha como foco a demonstração da tecnologia no uso conjunto com outras pessoas no mesmo local.
Apontando a câmera para outro jornalista, Florence disse que o Gemini, recurso de inteligência artificial do Google, conseguiu identificar o tipo de vestimenta, seu sexo, e até mesmo a sua ação no momento, que era de carregar um smartphone. Além disso, a especialista também conseguiu identificar um vaso de tulipas artificiais através da IA no aparelho.
A Gemini do smartphone conseguiu identificar o tipo de planta em um vasoFonte: Gizmodo
Entretanto, Ion alegou ainda ter ficado com muitas dúvidas em relação ao Project Astra. Principalmente em relação ao seu funcionamento, já que com o curto tempo não pôde testar recursos mais avançados. Além disso, ela também ficou em dúvida se ele irá substituir o Google Assistente, ou será apenas mais uma ferramenta extra.
Sendo assim, ela conclui: “o futuro do Android será menos baseado em tocar para interagir com o telefone e mais dependente de falar com ele.”
“Todos paramos quando a magia da IA terminou abruptamente”
Alistair Barr, editor de tecnologia global do Business Insider, também teve a oportunidade de testar o Project Astra durante o evento da Google. Levado para uma sala com outros três colegas de imprensa, Barr testou dois modos disponíveis: o Modo Livre e o Modo Pictionary (algo como um dicionário de imagens).
O Gemini foi capaz de reconhecer até mesmo desenhos com traços nada caprichadosFonte: Gizmodo
No primeiro, o editor alega que a tecnologia teve dificuldades para conseguir identificar seus movimentos. Segundo ele, a Gemini detectou quando ele estava colocando óculos de sol, mas não detectou seus passos de dança.
Para piorar, quando um de seus colegas pediu para a IA criticar as suas roupas, recebeu a seguinte resposta: “Não posso fornecer cotações de ações no momento”. Ao sair dos testes, Barr conversou com Gregory Wayne, chefe do Project Astra. Quando questionado sobre o erro, Wayne disse que a falha pode ter acontecido por conta da camisa do editor estar apresentando a marca de uma empresa do ramo de negócios.
Já no outro modo, Barr disse que a tecnologia conseguiu identificar seus desenhos, o de um carro e de uma mesa de frutas no mercado, mesmo com, segundo ele, “traços muito ruins”. Com eles, a própria IA criou uma história consistente, que
Marca em camisa acabou gerando confusão no uso da IA do GoogleFonte: Gizmodo
“Cheio de potencial, mas ainda vai demorar um pouco”
Já Sam Rutherford e Karissa Bell, do Engadget, acreditam no potencial do Project Astra, mas creem que ainda vai levar tempo até que a IA seja realmente inovadora e eficiente. Na análise de Sam, ela se mostra eficiente para guardar elementos de um determinado local, o que pode ajudar a encontrar uma chave dentro de casa, por exemplo.
Entretanto, em outros modos, como o Modo Pictionary que foi testado por praticamente todos, a Gemini reconheceu os desenhos, mas trouxe uma história rasa, suficiente apenas para fazer uma criança dormir, segundo Sam.
Para especialista do Engadget, Project Astra ainda precisa evoluir para alcançar o potencial apresentado pela GoogleFonte: Sam Rutherford / Engadget
E na opinião de Karissa, embora a tecnologia seja realmente capaz de identificar e armazenar dados de objetos em um ambiente, ainda sim ela tem dúvidas em relação ao tempo em que esses dados permanecem salvos. “A maioria das capacidades do Astra pareciam estar no mesmo nível do que a Meta já disponibilizou com seus óculos inteligentes.”, disse Bell.
Por fim, a jornalista afirma que, em relação aos recursos apresentados no evento, “o Astra pode chegar lá eventualmente, mas agora parece que o Google ainda tem muito trabalho a fazer para chegar lá”.