Em mais um capítulo da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o governo americano proibiu a Qualcomm e a Intel de vender chips para a Huawei, conforme revelou a Reuters na quarta-feira (8). A medida deve afetar seriamente a gigante chinesa.
Segundo a agência de notícias, “pessoas familiarizadas com o assunto” disseram que as empresas tiveram suas licenças de comercialização para a marca asiática revogadas, um dia antes, com efeito imediato. O Departamento de Comércio dos EUA confirmou a revogação, mas não informou quais empresas foram impactadas.
A Huawei terá que buscar fornecedores alternativos para produzir celulares e notebooks, a partir da restrição.Fonte: Getty Images/Reprodução
Com a proibição de uso dos processadores fornecidos pelas big techs americanas, a marca sediada na China pode ter problemas para a fabricação de notebooks, que utilizam componentes da Intel. A produção de celulares da marca também deve sofrer restrições, em especial aqueles equipados com chips da Qualcomm.
O relatório afirma que o lançamento do laptop Huawei MateBook X Pro, em abril, teria gerado críticas por parte dos legisladores republicanos, que então sugeriram ao Departamento de Comércio a revogação do acordo entre as fornecedoras e a fabricante. O modelo usa chip Intel Core Ultra 9 e é o primeiro da empresa habilitado para IA.
Governo chinês critica a proibição
A proibição da venda de processadores da Qualcomm e da Intel para Huawei não foi bem recebida pelo governo chinês. Em nota, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China criticou a medida, supostamente tomada para reforçar a segurança nacional dos EUA.
“A China opõe-se resolutamente aos Estados Unidos que ampliam demais o conceito de segurança nacional e abusam dos controles de exportação para suprimir empresas chinesas sem justificação”, escreveu o ministério.
É importante lembrar que a Huawei foi incluída em uma lista de restrições comerciais de Washington em 2019. A suspeita é de que ela estaria usando seus dispositivos para espionar os usuários americanos, acusação semelhante à enfrentada pelo TikTok, que corre o risco de ser banido do país a partir de 2025.
Fazer negócios com as empresas que integram esta lista depende de uma licença especial emitida pelo Departamento de Comércio dos EUA que nem sempre é fácil de ser obtida.