Lançada no dia 10 de abril na Netflix, Antracite é uma produção francesa que vem chamando atenção por sua trama envolvendo muito suspense e cultos assassinos. Com seis episódios centrados em desaparecimentos misteriosos, ela traz diversas reviravoltas que mantêm a audiência grudada em frente à televisão.
Embora a trama que envolva rituais antigos e mistérios seja fruto das mentes dos roteiristas Maxime Berthemy e Fanny Robert, ela tem certa inspiração em fatos reais. Em 1995, um caso similar ao que acontece na série abalou os Alpes Franceses, ficando para sempre na memória da população local.
O evento real que inspirou Atracite
Segundo Fanny Robert, um evento de suicídio em massa que aconteceu em 1995 foi a principal inspiração para o desenvolvimento da série. Ele foi realizado por membros da Ordem do Templo Solar, uma seita criada em 1984 por Luc Jouret e Joseph de Mambro, que tinha como objetivo imitar o estilo de vida dos antigos Cavaleiros Templários.
A seita foi acusada de ser a responsável pela morte de 16 pessoas, cujos corpos carbonizados foram encontrados na região montanhosa de Grenoble, conhecida pelo difícil acesso. Eles estavam dispostos em uma formação de estrela, e exames revelaram que todos haviam sido drogados e sufocados com sacos plásticos.
Para tornar as coisas ainda mais cruéis, membros da seita teriam atirado nos sobreviventes, sendo que alguns também tiveram seus corpos carbonizados enquanto ainda estavam vivos. Os membros da Ordem do Templo Solar acreditavam que suas mortes coletivas os levariam para a estrela de Sirius, no qual eles teriam a vida eterna.
Seita exigiu respostas do governo francês
Formada em Genebra, na Suíça, a organização atraiu muitos milionários e ganhou força em países como Canadá e França. Além do ritual de morte coletiva, o grupo foi apontado como o responsável por vários assassinatos, também sendo alvo de acusações de fraudes, tráfico de armas e lavagem de dinheiro.
Antracite traz muitos mistérios em uma história envolvendo cultosFonte: Divulgação/Netflix
O episódio que inspirou Antracite não foi o único caso de suicídio envolvendo o grupo, cujas atividades resultaram em um total de 77 mortes. Antes de chegar ao fim em 1997, a seita costumava matar membros que discordavam de sua liderança, que eram marcados como traidores. Graças às suas atividades, a França endureceu leis e começou a combater mais fortemente organizações com características semelhantes.
Na série da Netflix, todos os membros de um culto, com a exceção de seu líder, foram mortos em um ritual. 30 anos depois, desaparecimentos semelhantes voltam a acontecer na mesma região, iniciando uma investigação repleta de mistérios e tensão.