A cada dez jogadores de PC no mundo, pelo menos sete já entraram no mundo de Diablo ao menos uma vez na vida. Desses sete, ao menos cinco jogaram Path of Exile e, desses cinco, quatro concordam que o jogo da Grinding Gear Games acertava onde Diablo errava.
Sendo um dos estandes mais disputados da Brasil Game Show 2024, o espaço disponível para jogar Path of Exile 2 estava sempre abarrotado de gente por diversos motivos como boa jogabilidade, curiosidade por uma fila grande, brindes e por aí vai). Porém, um consenso quase geral (ao menos era o que ouvi ao falar com algumas pessoas em volta do espaço) era saber se: o jogo mantinha o nível que o primeiro? Quais classes estão disponíveis para jogar? Ainda está de graça?
As duas últimas respostas eram possíveis ter na BGS, porém a primeira o Voxel pode ter com mais certeza em Los Angeles, após jogar mais três horas de Path of Exile II a convite da Grinding Gear Games. Com uma apresentação de duas horas feita por Jonathan Rogers, diretor do game, nós vamos contar para você como o universo gigante de Path of Exile II pode colocar medo, mas te surpreender.
Um universo in-game assustador
Após nos introduzir brevemente ao universo do game e revelar a cutscene inicial da continuação, Jonathan começa nos apresentar as principais mudanças que fizeram com que Path of Exile II levasse tanto tempo para sair, começando pelas gemas (pedras que darão poderes e habilidades especiais para seu personagem). Cada classe terá uma parte específica para se usar as gemas dependendo de como usa seu ataque e de como você irá jogar, sendo mais de 450 gemas espalhadas pelo mundo, tanto para você usar como suporte ou como habilidade do personagem.
Se você já achou o número de gemas grande, acredite: pode piorar (para o bem ou para o mal). Aos nos mostrar a árvore de habilidades dentro do jogo, a plateia inteira ficou boquiaberta com o gigante número possível de skills que estarão disponíveis para o jogador, dando a certeza para as pessoas que adoram construir e montar builds seja no tempo livre ou para ajudar outros players: vocês terão muitas opções no jogo, quase infinitas para se divertir.
Ao ser questionado sobre se isso poderia ou não atrapalhar um jogador mais novo, Jonathan disse que você não será obrigado a seguir ou completar essa gigante arvore de habilidade – se não quiser. Path of Exile II será acessível para todo tipo de jogador, mesmo que aquela imagem assuste de primeira.
As classes exiladas
Ao contrário da prévia da BGS que só tinha duas classes para testes, durante o evento tivemos acesso a seis das doze classes que estarão disponíveis na versão final: Guerreiro, Feiticeira, Bruxa, Mercenário, Monge e Patrulheira. Cada classe terá uma pequena história in game, não ficando claro se isso irá te dar novas missões (testei todas as classes e o diálogo do Guerreiro mudava com o primeiro NPC que te ajuda, por isso o comentário).
O interessante aqui são as Relíquias, objetos que você carrega que podem aumentar a porcentagem de acerto num golpe contra outro inimigo e a combinação entre armas e gemas, que podem tanto deixar a Besta do Mercenário mais forte quanto o cajado da Bruxa mais poderoso. Isso que nem cheguei a citar os itens, vestuários que podem te dar privilégios durante as batalhas ou áreas perigosas (eu falei, boa sorte ao jogar sem build).
Entre reviver mortos e usar ataques brutos, no final acabei escolhendo a classe do Mercenário para jogar a maior parte do meu gameplay (que começa igual para todos os personagens, onde a corda de sua forca arrebenta e você é forçado a achar seu caminho entre monstros e animais ferozes enquanto a arma correspondente a classe está magicamente te esperando).
Mesmo não sendo o maior fã de RPGs isométricos, é importante dizer que Path of Exile II pode cansar um pouco pela vasta gama de opções de poderes e elementos em tela que são entregues nos primeiro vinte minutos de jogatina e podem espantar um jogador de primeira viagem. O lado bom é que a monotonia vai embora assim que você encontra a classe que melhor se encaixa em você (no meu caso, a última escolhida).
Vida longa aos chefes
Durante meu gameplay pude lutar contra cinco chefes em quatro áreas diferentes, porém já foi confirmado que durante o Early Access serão quinze disponíveis antes do lançamento oficial. Embora alguns dele possam ser um pouco repetitivos (alternando entre esquiva/ataque ou esquiva/ataque contra uma horda de inimigos), seus designs e dificuldade dão uma animada quando o jogo começa a ficar maçante, o que pode acontecer por conta de áreas in-game que são extremamente grandes.
Algo que pode incomodar alguns pode ser a dificuldade para enfrentar alguns chefes, já que certas classes podem não funcionar tão bem contra certos inimigos, porém Path of Exile II te permite criar novos saves de história, no qual você pode alternar a qualquer momento e testar qual classe se adequa melhor a você. O Devorador, por exemplo: como é um boss que aparece logo no começo do jogo (bem chato por sinal), pude testar com todas as classes até me adaptar com o Mercenário, cujo sua besta atira como se fosse uma escopeta, porém gasta mais mana. Será difícil? Sim, mas no final será recompensador.
Acabei, e agora?
Prometendo uma campanha de até 25 horas (obrigado), Path of Exile II promete levar mais jogadores ao limite, liberando não só um modo mais difícil, como também três modos diferentes para jogadores que estão atrás de um desafio extra: Trial, Breach e Rituals, além do retorno do modo Expedition.
Pra quem é fã de roguelikes, o modo Trial vai agradar bastante: dividido em diversas salas, o jogador devera cumprir diferentes desafios para recuperar chaves que abrem um baú no final de cada sequência. A dificuldade aumenta conforme seu nível, e a cada sala o Trial Master te dá opções de modificadores que podem ou não te ajudar durante as batalhas (bem parecido com os modificadores de luta em Mortal Kombat). Coletadas todas as chaves, corra atrás de sua recompensa e boa sorte.
Se você gosta de lutar contra hordas de inimigos, o modo Breach te dará centenas deles para batalhar. Sua missão aqui é simples: as Breachs são fendas no espaço tempo em que demônios escaparam, e cabe a você precisa eliminá-los antes que toda a área fique inabitável para que novos chefes e itens sejam desbloqueados. A quantidade de inimigos em tela aqui é absurda, então cheque bem as configurações do seu computador para ver se ele aguenta ou não o rojão.
Por último, o Ritual: monstros que você mata dentro de um determinado espaço ressurgem mais fortes, aumentando o desafio e te dando recompensas após o final do modo, bom para quem está atrás de itens. Bacana, porém bem abaixo dos dois anteriores.
Vale a pena gastar?
A melhor parte de Path of Exile II é que todo esse conteúdo, assim como o primeiro será gratuito – pelo menos futuramente. Com seu acesso antecipado marcado para o dia 6 de dezembro, você terá que pagar cerca de R$175 reais em conversão direta. Embora ainda não tenha uma data específica para seu lançamento oficial, o jogador também terá acesso a três dos seis atos da história, além de alguns chefes disponíveis e seis classes para teste.
A quantidade absurda de conteúdo já disponível no acesso antecipado pode assustar alguns jogadores, porém é aquele ditado: aos poucos as coisas vão se ajeitando. A Grinding Gear Games acertou em abrir o game na fase beta para ter o retorno do público, tendo tempo hábil até o lançamento oficial para ajeitar o que tiver que arrumar. Se tudo o que prometem chegar ano que vem, teremos um milagre pois o que foi prometido (de graça) vai chamar e muito a atenção de novos jogadores não só ao jogo, mas ao gênero de ARPG. Boa sorte não só para a GGG, mas também para a Blizzard que terá um oponente a altura para lidar (e nessa briga, PoE II já saiu na frente.
Path of Exile II estará disponível em acesso antecipado no dia 6 de dezembro, disponível par PC, Playstation 5 e Xbox Series S e X.