Avowed merece sua atenção? Veja primeiras impressões com o RPG da Obsidian

O aguardado Avowed será lançado somente em 2025, mas o Voxel recebeu um convite da Microsoft para testar 90 minutos do game e conhecer mais detalhes sobre o aguardado RPG para PC e Xbox. Além disso, tivemos a chance de explorar uma área totalmente nova das Living Lands, descobrir detalhes inéditos sobre o jogo e, em primeira mão, experimentar a aguardada câmera em terceira pessoa! Então, lustre sua espada, agarre seu grimoire e se prepare para as nossas primeiras impressões de Avowed!

Se você caiu de paraquedas e não sabe o que é Avowed, aqui vai uma breve explicação. Anunciado em 2020, o novo game da Obsidian Entertainment, publicado pela Xbox Game Studios, é um action RPG ambientado no mundo de Eora. O nome parece familiar? Se você jogou Pillars of Eternity, sabe do que estamos falando: Avowed faz parte do mesmo universo de Pillars, também desenvolvido pela Obsidian.

“Mas, Voxel, o que essa Obsidian já fez?”, você deve estar se perguntando. Bom, meu caro amigo das cavernas, se por acaso você jogou The Outer Worlds, Pentiment, Knights of the Old Republic 2, South Park: The Stick of Truth ou Fallout: New Vegas (que talvez seja o jogo favorito de 90% dos fãs da série Fallout), parabéns! Você já conhece o trabalho da desenvolvedora.

Criação de personagem e personalização

Depois de um breve passeio pelo escritório da Obsidian, onde havia desde uma Power Armor em tamanho real até dioramas de Grounded (outro jogo do estúdio), tivemos acesso a duas novas seções de Avowed: Dawntreader e Fort Northreach. A primeira é a área inicial do jogo, enquanto a segunda é uma região portuária que aparece mais adiante na história.

Infelizmente, a primeira meia hora do jogo não pôde ser gravada, já que a equipe ainda está implementando melhorias no desenvolvimento. Mas vou tentar resumir a experiência para vocês. Nessa introdução, tivemos acesso à criação do personagem, que será o enviado do rei com a missão de investigar o Dreamscourge, uma praga que está devastando o reino.

A personalização conta com oito etapas, sendo cinco dedicadas à estética do personagem, uma para voz e nome, e duas voltadas à personalidade e ao passado. Entre as opções de passado disponíveis estão: War Hero, Arcane Scholar, Noble Scion, Vanguard Scout e Court Augur. (Pode ficar tranquilo: apesar de o jogo não ter dublagem em português, tudo estará traduzido no lançamento.)

Depois disso, você distribui dez pontos de atributos iniciais para o seu personagem. Esses atributos podem ser alterados a qualquer momento durante o jogo. Entre as opções estão: força, destreza, percepção, saúde, intelecto e resolução, com um limite de três pontos por atributo. Após definir o nome e o tipo de voz, ficou claro por que o jogo foi adiado para fevereiro de 2025: a cutscene inicial ainda estava no estágio de storyboard, e também encontramos alguns pequenos bugs durante o gameplay, embora a equipe tenha nos garantido que já estão trabalhando para resolvê-los.

Passada a introdução do prólogo, a primeira meia hora é dedicada a situar o jogador na história e ensinar os tutoriais básicos de combate de Avowed. O sistema de combate permite o uso de duas mãos, adaptando-se ao tipo de abordagem que você prefere. A primeira arma disponível é uma lança, com a qual você aprende os ataques básicos usando a mão direita. A mão esquerda, por sua vez, pode ser usada para empunhar um escudo ou para ativar o Grimoire, o livro de magias de Avowed, que já é apresentado logo no início.

Como essa introdução é focada na chegada do seu personagem após um naufrágio, não entrarei em muitos detalhes, já que o gameplay mais extenso começou depois dessa primeira meia hora. Ainda assim, foi possível perceber como o jogo estabelece o ritmo da história, principalmente por meio dos diálogos com outros personagens.

Ah, um detalhe importante: mesmo que você escolha um tipo de voz, seu personagem, assim como Link, não terá falas. Segundo Carrie Patel, a diretora de Avowed, essa decisão foi tomada para que o jogador possa interpretar as emoções do personagem, criando uma conexão mais profunda entre jogador e jogo.

Gameplay em Dawnshore

Após o tutorial, chegamos a Dawnshore, onde pudemos gravar o gameplay e tivemos nossa primeira interação com Kai, um dos vários companions que irão acompanhar você durante a jornada. Com opções de diálogo que variavam entre respostas irônicas e ameaçadoras, foi aqui que percebemos o DNA clássico da Obsidian em Avowed: as respostas mudam de acordo com os atributos nos quais você distribuiu seus pontos.

Ainda não ficou claro se essas escolhas de diálogo influenciarão diretamente o final do jogo, mas a diretora nos garantiu que Avowed terá mais de dez finais diferentes, dependendo das combinações de escolhas que o jogador fizer e dos lugares visitados.

Após aprendermos mais sobre Kai e como ele pode ser útil na jornada, tivemos a chance de experimentar o jogo em terceira pessoa. Contudo, a transição para esse modo é feita de um jeito um tanto… peculiar. Para mudar a câmera, é necessário pausar o jogo, acessar o menu de acessibilidade e então alternar entre a visão em primeira ou terceira pessoa.

Quando questionados sobre isso, Ryan e Ash, responsáveis por implementar esse modo de jogo, explicaram que a opção foi inserida no menu de acessibilidade pensando nos jogadores que sofrem de cinetose ao jogar títulos em primeira pessoa. Por conta disso, não foi implementado um botão de ação rápido, como acontece em GTA V ou Red Dead Redemption 2. Embora a explicação seja compreensível, espero que essa funcionalidade seja ajustada no futuro, pois encontrar essa configuração deu mais trabalho do que deveria.

Combate

Falando um pouco sobre o combate de Avowed: aceitei uma missão de um NPC que pedia para limpar sua casa dos Xaurips, uma raça de lagartos bem irritantes dentro do jogo. Nessa segunda build, nosso personagem estava equipado com uma lança, um arco e flecha e um Grimoire. Mais uma vez, o combate é totalmente adaptável ao estilo do jogador.

Eu particularmente gostei de testar a lança enquanto alternava, com o botão Y, para o arco e flecha, desviando dos ataques dos Xaurips. No entanto, tive a impressão de que os ataques com a lança não tinham o mesmo impacto físico que as flechas ou magias. Em algumas ocasiões, mesmo acertando o alvo, a animação parecia “escorregar” para fora do inimigo, quebrando um pouco a imersão e atrapalhando a gameplay. Isso me deixou louco para encontrar um machado e alternar entre escudo, arco e flecha e machado, buscando um estilo de combate mais sólido.

Quanto aos companions, eles não servem apenas para diálogos, mas também desempenham papéis importantes no combate. Kai, por exemplo, pode queimar obstáculos no caminho caso você não tenha um Grimoire, ou usar seu bacamarte para atordoar inimigos por até dez segundos com munição explosiva. Além disso, é possível desbloquear novas habilidades para os companions conforme o Nível de Companheiro aumenta. Caso Kai seja derrubado durante uma batalha, você precisará ajudá-lo a se levantar se quiser continuar recebendo seu suporte, seja enfrentando hordas de inimigos ou algum chefe mais desafiador.

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Nos primeiros vídeos de Avowed, algo que me incomodava era a HUD extremamente limpa. Embora um visual poluído também não seja ideal, fiquei feliz ao testar o jogo e perceber que tudo está bem distribuído na tela, sem elementos atrapalhando a experiência — diferente do que aconteceu com Esquadrão Suicida.

No canto inferior esquerdo, encontram-se a barra de vida e a Barra de Essência, que funciona como a stamina do jogo, sendo usada para magias e ataques mais pesados. Mais ao centro estão as ações rápidas, que podem ser personalizadas pelo jogador. Na build que testei, elas já estavam configuradas com: cura, ataque especial da classe, ataque do companion e uma ação para recarregar a Essência.

Achei que poderia ignorar o Grimoire durante a demo, até me deparar com o chefão que encerrava a apresentação: um urso gigante corrompido pelo Dreamscourge. Sério, até dá para derrotá-lo usando apenas armas, mas a magia facilita muito o combate e deixa a luta mais emocionante. Congelar ou incendiar um inimigo poderoso faz toda a diferença, e usar os feitiços ao pressionar os botões de ação (no caso, LT + A, B, X ou Y) é incrivelmente satisfatório.

No canto inferior direito da tela, está a distribuição das magias. Infelizmente, tive pouco tempo para experimentar além dos feitiços de congelamento e ataque elétrico, mas já deu para notar o potencial das magias no gameplay.

E aqui entra um ponto importante: a questão da câmera em primeira pessoa. Durante essa batalha, teria sido muito mais prático alternar rapidamente para a visão em primeira pessoa para enfrentar o chefão. Porém, como não queria pausar e caçar essa configuração no meio do calor da luta, acabei optando por manter a câmera em terceira pessoa. Essa limitação reforça a necessidade de uma solução mais dinâmica para alternar entre as duas perspectivas.

Quando finalmente encontrei uma arma que facilitou muito o gameplay — uma pequena garrucha que lembra uma pistola antiga —, entrei na cidade de Paradis. Logo ao chegar, tomei uma flechada na barriga e, após desmaiar, minha jogatina chegou ao fim.

Avowed merece sua atenção?

Nesses 90 minutos de teste, ficou claro o porquê da demora para o lançamento e o motivo do adiamento para fevereiro de 2025: o jogo precisa estar completamente polido para que o público possa aproveitar plenamente o mundo mágico que a Obsidian está construindo.

Uma das impressões mais marcantes foi como, sendo um Godlike — a raça “superior” do reino —, você não fica limitado a uma única classe. Pelo contrário, é possível alternar entre ser arqueiro, mago ou alguém especializado em combate corpo a corpo apenas ajustando o menu de habilidades. Essa liberdade reflete o compromisso da Obsidian em não prender o jogador a escolhas feitas no início do jogo, permitindo que a experiência seja moldada conforme o seu estilo de jogo.

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Se tivesse que resumir Avowed em uma palavra, seria opção. Essa característica provavelmente será o grande atrativo para os jogadores que explorarem Aedyr e se aventurarem no mundo mágico do jogo. É o clássico “faça o que quiser” elevado a um novo patamar.

Mas isso só saberemos no dia 18 de fevereiro, data de lançamento do novo game da Xbox Game Studios. Ainda é cedo para dizer se Avowed atrairá mais jogadores para o console ou para o Game Pass, mas uma coisa é certa: no pouco tempo que joguei, fiquei com vontade de continuar explorando, descobrindo novos níveis e experimentando diferentes armas para ver como afetariam o gameplay e a história. No quesito diversão, a Obsidian já acertou em cheio.

Ah, e não esqueça de conferir as redes sociais e o site do Voxel, hein? Lá você encontra um tour pelo estúdio, entrevistas com os desenvolvedores e muito mais conteúdo!

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