Nosso universo pode não ser o melhor para o surgimento da vida, diz estudo

Em uma pesquisa internacional das universidades de Edimburgo, de Genebra e Durham, cientistas descrevem uma hipótese sobre o que pode ser a verdadeira fórmula da vida. O mais interessante é que, talvez, o nosso universo não seja o lugar mais propício para a vida inteligente.

Isso pode sustentar a ideia de que talvez não existam outros tipos de vida inteligente no cosmos – inclusive, essa é a opinião de muitos cientistas. Afinal, ainda não fomos capazes de encontrar nenhum local que apresente dados consistentes de vida fora da Terra.

Em um estudo publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, a equipe criou um modelo para tentar compreender as condições geradas pela aceleração da expansão do universo em relação à quantidade de estrelas formadas.

Atualmente, a ciência acredita que essa expansão é impulsionada por uma das forças mais misteriosas do universo: a energia escura.

Parte do estudo é baseada na Equação de Drake, desenvolvida pelo astrônomo norte-americano Frank Drake nos anos 1960. Drake buscava criar uma fórmula capaz de estimar o número de possíveis civilizações extraterrestres na Via Láctea.

“Os parâmetros que governam o nosso universo, incluindo a densidade da energia escura, poderiam explicar a nossa própria existência. Surpreendentemente, porém, descobrimos que mesmo uma densidade de energia escura significativamente maior ainda seria compatível com a vida, sugerindo que podemos não viver no universo mais provável”, disse a principal pesquisadora do estudo e associada da Universidade de Durham, Daniele Sorini.

Fórmula da vida e o nosso universo

Como as estrelas são essenciais para o surgimento de vida como a nossa, os pesquisadores usaram essa variável para estimar a probabilidade de geração de vida inteligente em um multiverso hipotético.

A imagem capturada pelo Telescópio Espacial Hubble mostra Alpha Centauri, uma região que pode oferecer as condições necessárias para a vida. Crédito: NASA / ESA / G. Duchene (Universite de Grenoble I) / Gladys Kober (Catholic University of America).

Em comunicado, eles explicaram que não buscavam calcular um número exato de civilizações inteligentes, mas sim entender a probabilidade de surgimento da vida em diferentes universos, cada um com suas próprias propriedades.

Os resultados do modelo mostraram que a formação da vida seria provável em um universo com 27% mais eficiência na formação de estrelas — ou seja, nessa região, essa porcentagem de matéria comum seria convertida em estrelas.

Os dados indicam que o nosso cosmos possui uma eficiência de 23%. Isso sugere que talvez ele não seja o ambiente mais favorável para o surgimento da vida. De qualquer forma, é importante destacar que o estudo é apenas uma hipótese.

Com o novo modelo, a equipe acredita que poderá entender melhor os efeitos da energia escura no desenvolvimento das estruturas fundamentais do universo e, consequentemente, no surgimento da vida.

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