A Apple aparentemente adicionou um novo recurso de segurança no iOS 18.1 que faz os iPhones reiniciarem automaticamente após um período de inatividade, dificultando a extração de dados. A função foi descoberta por uma pesquisadora, que compartilhou os detalhes na rede social Mastodon, na última sexta-feira (08).
De acordo com a especialista Jiska Classen, responsável por identificá-la, a ferramenta é chamada de “reinicialização de inatividade”. Curiosamente, ela não foi mencionada pela gigante de Cupertino no lançamento da atualização do sistema operacional.
Avançando na descoberta de Jiska, o site 404 Media afirma que o smartphone é reiniciado automaticamente após quatro dias ocioso. Quando isso acontece, o dispositivo retorna ao estado chamado “antes do primeiro bloqueio” (BFU), exigindo a digitação da senha para ser desbloqueado.
Neste estado, o iPhone se torna mais difícil de ser hackeado, aumentando a proteção dos dados do usuário em caso de furto ou roubo do aparelho. Porém, a função também atrapalha o uso de ferramentas forenses para a invasão de telefones de suspeitos de crimes durante investigações, como ressalta a reportagem.
Função atrapalhou investigadores
A reinicialização de inatividade do iOS 18.1 virou notícia nos Estados Unidos depois que autoridades policiais começaram a ter problema com iPhones apreendidos como provas de crimes. Como os aparelhos estavam inativos há dias, eles reiniciavam sozinhos e dificultavam o acesso dos investigadores aos dados.
Inicialmente, havia a suspeita que os dispositivos passavam pelo processo de reiniciar após ficarem muito tempo desconectados de uma rede móvel ou Wi-Fi. Mas ao analisar o código da atualização do sistema operacional, a especialista em cibersegurança descobriu o real motivo do recurso entrar em ação.
“Esse recurso significa que, se seu telefone for roubado, os ladrões não poderão mantê-lo por meses até que desenvolvam a tecnologia para quebrá-lo. Eu apostaria que reiniciar após um período razoável de inatividade provavelmente não incomoda ninguém, mas torna seu telefone muito mais seguro”, declarou o criptógrafo da Universidade Johns Hopkins, Matthew Green, à publicação.