Hoje os fones de ouvido são itens essenciais no nosso dia a dia. Até por isso, há no mercado diferentes tipos de tecnologia, que são capazes de suprir necessidades específicas do público.
Um deles é o fone de condução óssea, que opera de maneira muito original: ele utiliza a estrutura óssea dessa região da cabeça para poder transmitir as ondas sonoras.
Este fone faz uso de um tecnologia que já existe há bastante tempo, pois tem servido para atuar na construção de dispositivos destinados a pessoas que são deficientes auditivas.
Mas como será que esse ele funciona, de fato? E será que é vantajoso usar um fone de condução óssea? Confira as respostas no tutorial do TecMundo, logo a seguir!
O que é um fone de condução óssea?
O fone de ouvido de condução óssea é um dispositivo de áudio que funciona por meio da vibração dos ossos da cóclea, que é um canal oco dentro do ouvido interno, preenchido por líquido e localizado no osso temporal.
Deste modo, a tecnologia deste fone opera por meio da vibração que se traduz de energia mecânica para elétrica e é depois interpretada como som pelo cérebro.
A diferença essencial deste fone para um convencional ou mesmo para uma caixa de som tem a ver com a mecânica executada dentro do organismo: o fone de condução óssea não executa uma vibração no tímpano e nos ossinhos da audição, pois vai direto dos ossos da face para a cóclea.
Isso ocorre porque os fones ficam posicionados em uma localização entre a têmpora e o ouvido, sendo conectados à cabeça por um gancho que passa por cima da orelha.
Muita gente gosta desse tipo de fone porque ele é interessante para quem pratica atividades físicas, uma vez que ele não fecha o canal auditivo, o que faz com que o usuário ouça música e continue escutando os sons externos.
Como funciona o fone de condução óssea?
O fone de condução óssea tem um funcionamento bastante arrojado. Ele parte de um princípio básico da física que diz que todo som só pode se propagar utilizando um meio. Isso pode ser feito pelo ar (quando ouvimos algo sem usar qualquer fone, por exemplo), por um líquido, ou mesmo por um meio sólido, como são os ossos humanos.
Assim, esses fones são aparelhos que conseguem transmitir o som por meio da estrutura óssea presente na face humana. Isso acontece a partir da presença de transdutores – dispositivos que transformam uma forma de energia em outra, como, por exemplo, de mecânica em elétrica – que vibram em contato com os ossos da mandíbula.
Esta vibração faz com que os ossos movimentem um líquido que está dentro da cóclea, o qual começa a estimular as células auditivas e transforma a energia mecânica em energia elétrica. Por fim, nosso nervo auditivo traduz todo esse processo como som no nosso cérebro.
Por todas essas razões, esses fones não precisam ser colocados dentro do ouvido para poder propagar o som. Esse funcionamento possibilita que o usuário consiga ouvir diferentes sons (como músicas e podcasts) enquanto ainda escuta o barulho ao seu redor. Para muita gente, isso se traduz em mais segurança, principalmente quando está na rua.
Todo esse sistema torna este fone bem legal para quem precisa se manter consciente do ambiente enquanto escuta música, em situações como ao dirigir ou praticar atividades físicas em espaços abertos.
Ele também é recomendado para quem tem a audição comprometida, já que não vai depender somente da capacidade do canal auditivo para reproduzir sons. No caso de quem usa aparelhos auditivos, eles são os mais indicados, uma vez que não precisam ser ligados diretamente nos ouvidos.
Quais são os benefícios e desvantagens em utilizar o fone de ouvido de condução óssea?
Como tudo na vida, esta tecnologia pode apresentar vantagens e desvantagens, de acordo com as situações e as diferentes condições dos usuários. Vejamos a seguir quais são elas.
Benefícios
- Os fones não bloqueiam os ruídos do ambiente. Esta é provavelmente a principal razão pela qual as pessoas optam por fones de condução óssea, pois podem se sentir mais seguras quando estão usando o seu fone na rua, sem perder em contato com o que acontece ao redor;
- Eles não geram uma pressão excessiva no sistema auditivo. Nos fones convencionais, essa questão é responsável por causar desconforto em certas pessoas, mas também, quando usados em excesso ou em volume muito alto, pode vir a provocar perda auditiva;
- Os fones se prendem ao corpo por uma faixa ajustável na cabeça. Por conta disso, eles não costumam cair durante o uso, diferente de alguns intra-auriculares.
Desvantagens
- Há quem considere que os fones de condução óssea oferecem uma baixa qualidade sonora – principalmente por conta da perda de graves e agudos. Existem formas de lidar com isso: quando se coloca um tampão de ouvido, os graves podem se tornar mais potentes. Mas a consequência é que a pessoa deixa de ouvir sons da rua, o que significa perder a característica essencial dos fones de condução óssea;
- Outros usuários podem se sentir incomodados pela forma com a qual ele se apoia na cabeça, e não conseguem se adaptar bem ao sistema ao longo do tempo;
- O fato do fone de condução óssea não isolar o som do ambiente pode incomodar algumas pessoas. Além disso, esse som pode eventualmente “vazar” ao ambiente, trazendo certo desconforto com a sensação da perda de privacidade;
- Quando usado para reproduzir músicas em volumes mais altos, o fone eventualmente pode provocar um leve desconforto na região maxilar, que é a principal responsável pela vibração que transmite as ondas sonoras para o osso temporal.
O som dos fones de condução óssea é bom?
De modo geral, a qualidade sonora oferecida pelos fones por condução óssea é inferior àquela presente nos fones mais convencionais. Isso acontece por causa do sistema de encaixe no corpo e pelo meio de transmissão das ondas sonoras, o que faz com que o volume, de maneira geral, seja mais baixo que o dos fones tradicionais, e que os graves e os agudos sejam menos perceptíveis. Para quem gosta e entende de música, isso pode ser irritante.
Para completar, pela razão dos fones ficarem afastados dos ouvidos, eventualmente o som que se está escutando acaba chegando ao ambiente externo.
Além de trazer uma certa perda de privacidade, o usuário que está com o fone pode ter dificuldades em compreender exatamente o que está sendo dito.
Por outro lado, todas essas questões podem ser compensadas pela sensação de estar consciente dos sons reproduzidos no ambiente ao redor. Se este é o seu objetivo, os problemas da qualidade do som tendem a ser relevados.
Fones de condução óssea são mais saudáveis?
Esta é uma questão que faz muita gente se atrair pelos fones de condução óssea. E a resposta é sim! Se forem comparados com os fones intra-auriculares, os fones por condução óssea podem ser considerados mais saudáveis.
Isso acontece porque esses fones não obstruem o canal auditivo. Por conta disso, pode-se afirmar que eles vão oferecer menos riscos à saúde dos ouvidos, sobretudo quando se pensa em um uso prolongado ao longo do dia.
Eles também são menos invasivos e podem dar uma sensação de causarem menos cansaço e desconforto nas orelhas.
De modo geral, os prejuízos à audição são provocados principalmente pelo volume alto. Assim, se a sua principal preocupação é evitar danos auditivos, o mais recomendado é controlar o anseio de aumentar o som, além de intercalar o uso com o silêncio.
Os fones de condução óssea, por sua natureza, tendem a fornecer um volume de som mais baixo que os fones convencionais. Por si só, isso pode ser benéfico às pessoas, que já vão usá-los normalmente em um volume mais baixo.
Quanto custa um fone de condução óssea?
Os valores deste tipo de fone variam bastante nas lojas de varejo. Mas, de modo geral, os fones de condução óssea tendem a ser mais acessíveis que outros modelos, como os headphones.
Em lojas como a Amazon, os modelos oferecidos variam de valores que vão de R$ 80 a R$ 500, de acordo com os recursos disponíveis em cada um.
Entre eles, estão a conexão Bluetooth, a opção de cancelamento de ruído, a autonomia da bateria, a resistência à água (o que os torna ideais para natação), a qualidade dos fones internos, entre muitas outras opções.
Quer saber mais sobre o mundo da tecnologia? Então siga nos acompanhando periodicamente aqui no TecMundo para conferir os nossos tutoriais. Até a próxima!