Nesta quarta-feira (06), Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos e seu mandato deve ter grande importância no mercado de tecnologia. Gigantes do setor observam atentas as primeiras decisões do executivo, e talvez tenham impacto em softwares, serviços e inteligência artificial.
Durante a campanha, Trump se opôs à implantação de regras mais rígidas sobre companhias que trabalham com IA. Ele também é contrário à ordem executiva assinada pelo presidente norte-americano Joe Biden, um dos primeiros passos do governo local para regulação da tecnologia.
Sendo assim, o governo Trump tende a ser menos rigoroso quanto ao controle de IAs, e isso pode ter impacto no mundo inteiro. Ouvida pela Fortune, a professora do Instituto de Internet de Oxford, Sandra Wachter, diz que a preocupação é que a liderança dele impulsione a desregulação do setor e resulte em usos indevidos de IA no país.
A presidência de Donald Trump deve interferir na regulação de empresas de IA. (Imagem: Getty Images)Fonte: GettyImages
Os efeitos podem ser vários, como maior liberdade para implementação de IA em mais setores da sociedade. Empresas como OpenAI, Google, Meta, Microsoft e Tesla podem aproveitar esse momento para alavancar os próprios produtos.
Elon Musk deve ter boa influência
Elon Musk é um declarado apoiador de Donald Trump, até sendo autor de uma campanha a favor da eleição do ex-apresentador de TV. Além disso, Musk chegou a participar de comícios e publicou diariamente mensagens no X (antigo Twitter) em apoio a Trump. Nesse novo mandato, o dono da Tesla pode ter algum nível de influência nas decisões do poder executivo.
O bilionário atua em diferentes setores — automotivo, redes sociais, inteligência artificial, robótica e aeroespacial. Dada a sua parceria com Trump, ele deve ser nomeado como conselheiro da presidência.
Elon Musk deve ter papel influente no governo de Donald Trump. (Imagem: Getty Images)Fonte: GettyImages
Porém, os frutos dessa colaboração não incertos e não dependem 100% do poder executivo. Naturalmente, o apoio de Elon Musk também deve ter certa relevância no legislativo, principalmente nas decisões de membros do Partido Republicano.
Como fica o Google?
Na campanha eleitoral, Trump desenvolveu uma certa inimizade com o Google: o candidato eleito acusou a empresa por conter artigos que o favoreciam e prejudicá-lo na corrida eleitoral.
Em dado momento, Trump mencionou que faria o Departamento de Justiça processar o Google “em níveis máximos” durante o mandato. Na perspectiva dele, a companhia adotou comportamento ilegal e interferiu nas eleições na exibição de artigos nos resultados de pesquisa.
Donald Trump criou uma rivalidade contra o Google durante a campanha eleitoral. (Imagem: Getty Images)Fonte: GettyImages
Obviamente, o Departamento de Justiça opera de forma independente do poder executivo nos Estados Unidos. Portanto, essa ameaça de Trump pode não se concretizar.
Os reais efeitos da vitória de Donald Trump são incertos, e a imprevisibilidade dele no mandato anterior tornam as análises ainda mais imprecisas.