Com dados coletados pelo satélite Surface Water and Ocean Topography (SWOT), em parceria com a Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço dos Estados Unidos (NASA) e o Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES), a equipe da missão detectou um grande tsunami que atingiu a Groenlândia em setembro de 2023.
As informações foram detectadas apenas um dia após o deslizamento de rochas e gelo que causaram o movimento inicial do tsunami.
Ao comparar essas medições com outras realizadas em condições normais, os cientistas perceberam um aumento significativo nos níveis de água em alguns locais. No norte do Fiorde Dickson, o nível estava até 1,2 metros mais alto do que na parte sul.
Os pesquisadores descreveram a descoberta em um estudo publicado na revista científica Science; eles explicam que o tsunami foi causado pela queda de aproximadamente 25 milhões de metros cúbicos de rocha e gelo na região.
Logo após o evento, instrumentos sísmicos registraram que o deslocamento se dissipou com um movimento sincronizado de ‘vaivém’ a cada 90 segundos; ao todo, esse processo durou nove dias.
“O SWOT sobrevoou em um momento em que a água havia se acumulado bem alto contra a parede norte do fiorde. Ver o formato da onda — isso é algo que nunca poderíamos fazer antes do SWOT”, disse um membro da equipe e pesquisador do nível do mar no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia, Josh Willis.
Satélite SWOT
A equipe explica que o instrumento Ka-band Radar Interferometer (KaRIn), do SWOT, mediu a altura da água em oceanos, lagos, reservatórios, rios e em quase toda a água na superfície do planeta.
Além disso, essa capacidade do satélite mostra seu potencial como um excelente sistema para detectar desastres naturais, como tsunamis, e reduzir riscos à segurança da população.
A imagem do SWOT mostra como os níveis de água na região da Groenlândia ficaram mais altos após o tsunami de 2023.Fonte: NASA Earth Observatory
O SWOT, localizado a cerca de 900 quilômetros da superfície terrestre, foi desenvolvido em parceria entre a NASA, o CNES, a Agência Espacial Canadense (CSA) e a Agência Espacial do Reino Unido. Lançado em dezembro de 2022, o satélite é atualmente utilizado em outras pesquisas que já estão em andamento.
“A resolução do radar KaRIn foi boa o suficiente para fazer observações entre as paredes relativamente estreitas do fiorde. A pegada dos altímetros convencionais usados para medir a altura do oceano é muito grande para resolver um corpo de água tão pequeno”, disse o cientista do projeto SWOT, Lee-Lueng Fu, em comunicado oficial da NASA.
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