'Liberdade de expressão não inclui homofobia, racismo e crime de ódio', diz presidente do Google no Brasil


A fala de Fábio Coelho aconteceu no segundo dia de Web Summit, o maior evento de tecnologia e inovação do mundo, que acontece no Rio de Janeiro até a próxima quinta-feira (18). O executivo também disse que todos devem respeitar as decisões judiciais. Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, esteve no Web Summit, o maior evento de tecnologia e inovação do mundo, que acontece no Rio de Janeiro até a próxima quinta-feira (18).
Raoni Alves / g1 Rio
Um dos palestrantes mais esperados de todo Web Summit 2024, o presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, afirmou nesta quarta-feira (17) que sua empresa é a favor da liberdade de expressão, desde que a opinião publicada não seja crime.
“O exercício da cidadania pressupõe a liberdade de expressão, mas a liberdade de expressão não inclui homofobia, racismo e o crime de ódio”, disse Fábio durante o evento na Zona Oeste do Rio.
A fala do executivo de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo surge após as ameaças e ataques do bilionário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), contra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinava a suspensão de perfis dessa plataforma.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que a conduta do empresário seja investigada em novo inquérito. Ele também incluiu Musk entre os investigados no inquérito já existente das milícias digitais.
“As empresas, as plataformas, estão sujeitas ao arcabouço legal do país. Decisões em primeira instância podem ser discutidas, mas quando chega na suprema corte, no Supremo Tribunal Federal, essa decisão tem que ser cumprida. A internet não é um espaço onde vale qualquer coisa”, comentou Fábio Coelho.
Luta contra a desinformação
Durante o evento de tecnologia, Fábio Coelho participou do painel batizado “Aproveitando a IA para um futuro melhor”. Na ocasião, ele também contou como o Google se preocupa com as ‘fakes news’ e quais são as estratégias da empresa para impedir a propagação de notícias falsas.
“Todas as empresas têm que ter responsabilidade para tratar das questões da desinformação. Na nossa plataforma a gente tenta valorizar conteúdos de qualidade. (…) A segunda coisa é remover rapidamente o conteúdo de baixa qualidade. Temos algoritmos e processos para fazer isso”, comentou.
“E finalmente temos que respeitar as ordens judiciais, principalmente as da suprema corte, que estão ai para serem cumpridas”, completou o presidente do Google no Brasil.
O presidente do Google no Brasil também falou sobre o papel do cidadão nessa batalha contra a desinformação. Fábio Coelho afirmou que as pessoas podem ter opinião, mas não devem repassar aquilo que sabem ser “fake news”.
“O contraditório é importante. Deixar as pessoas ter opinião é super importante, mas aquilo que são realmente fake news tem que ser removidas da internet”.
“O cidadão também tem um papel nisso ao não repassar coisas que a gente sabe que são fake news”, finalizou.

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