Segundo a teoria das cordas ou a inflação cósmica, o universo em que vivemos é altamente complexo e caótico, formado por uma série de coincidências cósmicas que deram origem a tudo ao nosso redor.
Em um artigo no site The Conversation, o cientista Neil Turok explica que observações recentes sugerem que o cosmos pode ser muito mais simples do que os cientistas pensavam antes: um universo espelho.
Em parceria com o cientista Latham Boyle, Turok propõe uma hipótese que apresenta nosso universo como uma estrutura naturalmente simples e previsível. Por isso, eles desenvolveram um modelo que não depende da inflação cósmica ou da teoria das cordas.
A ideia é que o Big Bang funcionou como um ‘espelho quântico’, refletindo tudo em um universo espelhado que se move em sentido contrário no tempo — literalmente uma versão ‘ao contrário’ do cosmos que conhecemos.
O mais interessante é que, Turok e Boyle conseguiram explicar alguns conceitos do universo sem precisar de outras teorias. Por exemplo, a hipótese aponta uma explicação simples e direta para a origem da matéria escura: esse material misterioso, que compõe a maioria do universo, seria formado por neutrinos pesados ‘destros’.
“Antes desse período de inflação, o Universo inteiro poderia ter estado em contato causal e se equilibrar a uma temperatura comum. Regiões amplamente separadas hoje eram, na verdade, muito próximas no Universo primitivo, explicando por que os fótons dessas regiões têm (quase exatamente) a mesma temperatura”, descreve o Centro de Cosmologia Teórica da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, em uma publicação oficial.
Teoria do ‘universo espelho’
Os cientistas explicam que buscam desenvolver uma teoria mais simples, que ajudasse a entender alguns dos mistérios do cosmos de forma mais clara. Turok acredita que a ciência precisa se livrar de certas amarras que a mantêm presa a padrões ortodoxos.
Para ele, novas abordagens podem trazer respostas para questões que nunca foram solucionadas; como a sua explicação para a matéria escura.
O ‘universo espelho’ ajudaria a explicar alguns dos mistérios do cosmos.Fonte: Physics APS
Seguindo as regras da expansão do universo e a teoria da gravidade de Albert Einstein, os pesquisadores sugerem que, ao retroceder no tempo, o espaço se contrai até um ponto minúsculo chamado de singularidade inicial. Isso funcionaria com ‘simetria nas leis básicas que governam a luz e as partículas sem massa’.
Eles descrevem essa singularidade como um espelho, onde o espaço é invertido, o tempo é revertido e cada partícula é substituída por uma antipartícula. Essa simetria é conhecida como teorema CPT; seria como olhar no espelho.
Apesar dos resultados positivos, os cientistas afirmam que ainda é preciso mais estudos para comprovar que a teoria está segundo as leis da matemática e da física.
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