O Lambda Cold Dark Matter (LCDM) é o atual modelo padrão responsável por tentar explicar a história e evolução do universo, mas uma nova pesquisa sugere que o modelo pode não estar totalmente correto.
Os cientistas apontam que a energia escura está enfraquecendo, o que afeta a evolução do cosmos na totalidade; inclusive, eles afirmam que esse enfraquecimento poderia resultar no fim do universo em um evento conhecido como ‘Big Crunch’.
Uma equipe de cientistas do Instrumento Espectroscópico de Energia Escura (DESI) coletou dados do universo para desenvolver um dos mapas mais profundos do cosmos. Os astrônomos também perceberam que os resultados da nova pesquisa não são consistentes com o modelo LCDM utilizado para explicar os blocos de construção do universo. Ou seja, se os dados estiverem precisos, o LCDM já não representa o melhor modelo para explicar a ciência ao nosso redor.
A partir do resultado, os pesquisadores tiveram uma boa indicação de que talvez a resposta definitiva para a natureza da energia escura não esteja no atual modelo padrão. Os astrônomos explicam que a energia escura funcionou como uma força extra do universo após o Big Bang; o evento causou o início de tudo, mas foi a energia escura que fez a expansão continuar sendo ‘puxada’ para frente.
“A divulgação destes resultados foi um grande dia para a cosmologia, apontando para um efeito ‘decrescente’ da energia escura ao longo do tempo, o que significa que está a evoluir e, portanto, não é constante. A descoberta da energia escura em evolução seria tão revolucionária quanto a descoberta da expansão acelerada do próprio universo, se confirmada com dados futuros”, disse uma antiga membro da equipe do DESI e cosmóloga da Universidade ECCI na Colômbia, Luz Ángela García Peñaloza, ao site Space.
Energia escura e o Big Crunch
De qualquer forma, os cientistas ainda sabem muito pouco sobre a energia escura e, por isso, utilizaram os dados coletados pelo DESI para tentar descobrir o que é esse impulso extra. A energia escura parece ser fundamental para o funcionamento do nosso universo, então é imprescindível entender seus conceitos para compreender a história e a natureza de como o cosmos chegou até aqui.
A energia escura e matéria escura continuam sendo dois dos grandes maiores mistérios da astronomia.Fonte: NASA/Tom Abel/ Ralf Kaehler (KIPAC, SLAC)/AMNH
Compreender o mistério da energia escura também é importante para nos explicar sobre o destino do universo. Um dos cenários possíveis é que as galáxias morram em um grande frio conhecido como ‘Big Chill’; mas outra alternativa é o ‘Big Rip’, um cenário que poderia colapsar a estrutura do espaço-tempo devido à expansão acelerada do universo.
O novo mapa do DESI sugere que a expansão acelerada do universo cessará e, eventualmente, será revertida. Assim, todo o cosmos começará a se unir sob a influência da gravidade, algo que poderia levar ao cenário do ‘Big Crunch’, um grande colapso sobre si causado pelo aumento da atração gravitacional.
“Existe um cenário em que, se a energia escura for a constante cosmológica imutável, em eras, todas as galáxias terão se afastado tanto umas das outras que o céu noturno sobre a Terra ficará vazio. Teremos uma visão muito complementar do universo a partir de duas missões completamente diferentes. Eles vão nos dar uma visão completamente nova de como o universo está se comportando e como a energia escura está moldando a estrutura universal em maior escala”, García Peñaloza acrescenta.
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