Teste: Nissan Sentra 2025 é uma ótima alternativa para quem não quer um SUV

Imagine o seguinte cenário: você está pensando em trocar de carro, pretende gastar até 200 mil reais no máximo, não abre mão de um 0km e quer fugir dos SUVs. As opções estão cada vez mais escassas, mas ainda é possível encontrar bons veículos que se encaixem.

Um deles é o Nissan Sentra de oitava geração, oferecido no mercado brasileiro desde março de 2023. O sedan médio japonês foi atualizado para a linha 2025 em junho deste ano e, para aferir suas qualidades e seus defeitos, o TecMundo passou uma semana ao volante de uma unidade da versão Exclusive, a mais cara, com a qual rodamos mais de 900km.

Nossa unidade trouxe a cor Branco Diamond com teto preto por R$3.100. A única opção sem o teto preto é o Cinza Grafite.Fonte:  Yuri Ravitz 

O que mudou?

Na verdade, pouca coisa. Por fora, o Sentra 2025 adotou um novo para-choque dianteiro com design mais limpo e sem os faróis de neblina que foram completamente abolidos. Há uma nova opção de cor para a carroceria chamada Cinza Atlântico que, na versão Exclusive, só está disponível em conjunto com o teto em Preto Premium. Todo o resto continua igual.

Quem ganhou mais novidades foi a configuração de entrada Advance, tabelada atualmente em R$162.690, onde a Nissan introduziu mais tecnologia embarcada. A nossa testada Exclusive, oferecida por R$183.890, recebeu travamento automático das portas por velocidade, nova chave presencial e destravamento das portas + acionamento do pisca em caso de acidentes.

Interior padrão é em preto, mas você pode levar o bicolor "Premium" por R$1.700 a mais.Interior padrão é em preto, mas você pode levar o bicolor “Premium” por R$1.700 a mais.Fonte:  Yuri Ravitz 

O pacote tecnológico inclui desde a versão Advance: faróis Full LED com ajuste elétrico de altura, banco do motorista com ajustes elétricos, ar condicionado digital de duas zonas, seis airbags, piloto automático, sensores dianteiros e traseiros de estacionamento, câmera de ré, chave presencial com partida por botão, bancos em couro, entre outros.

A top de linha Exclusive acrescenta: câmeras em 360º, teto solar, som Bose com 8 alto-falantes, retrovisor interno fotocrômico e externos com rebatimento, além de assistências semiautônomas como piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência, monitoramento de tráfego cruzado na traseira, farol alto automático, entre outros.

Motor 2.0 aspirado trabalha em ciclo Atkinson ao invés do Otto, mais voltado a economia de combustível.Motor 2.0 aspirado trabalha em ciclo Atkinson ao invés do Otto, mais voltado a economia de combustível.Fonte:  Yuri Ravitz 

O que não mudou no Sentra 2025 foi o conjunto mecânico. O motor 2.0 aspirado a gasolina continua presente, capaz de gerar até 151cv e 20kgfm, aliado a uma caixa automática CVT que oferece simulação de oito marchas no modo manual. Há paddle-shifters atrás do volante para realizar as trocas manuais do sistema, além de um modo Sport com botão dedicado.

Esse conjunto leva o sedan de 0 a 100km/h em 9,7 segundos e a uma máxima de 201km/h. Não são números de tirar o fôlego porque, na verdade, a proposta não é essa, mas sim economia e conforto. De fato, nossa média geral de 16,7km/l e o silêncio quase que absoluto do bloco de quatro cilindros deixam evidente os objetivos da Nissan com o Sentra.

Espaço interno é apenas "ok", sem sobras.Espaço interno é apenas “ok”, sem sobras.Fonte:  Yuri Ravitz 

O dia-a-dia com o Sentra é agradável de modo geral e extremamente pacato. O sedan é confortável, sereno e parece flutuar no asfalto, mostrando uma qualidade de rodagem que dificilmente um SUV compacto, hoje na mesma faixa de preço ou até mais caro, consegue replicar. O ruim é que o meio do carro raspa em alguns quebra-molas quando está cheio.

Por outro lado, performance não é o forte do japonês. Com o torque máximo aparecendo somente em altos 4 mil giros, o Sentra exige ser “esgoelado” em ultrapassagens ou em certas circunstâncias da condução rodoviária, especialmente se estiver mais carregado. As marchas simuladas operadas pelos paddles atrás do volante ajudam, mas não fazem milagre.

A cabine traz uma boa mescla de elementos modernos e tradicionais.A cabine traz uma boa mescla de elementos modernos e tradicionais.Fonte:  Yuri Ravitz 

Por dentro, o Sentra enche os olhos e mostra um capricho que, novamente, será difícil de se encontrar em SUVs compactos do mesmo preço. O cluster de instrumentos mistura marcadores analógicos com uma tela multifunção de 7″ ao centro, fazendo par com a multimídia de 8″. É um interior sóbrio e com várias superfícies macias ao toque.

Apesar de tudo, não é um ambiente infalível: não há saídas traseiras de ar condicionado e o espaço interno poderia ser melhor, principalmente para quem viaja na segunda fila. A central multimídia é deveras antiquada (embora funcione corretamente) e o teto solar é a velha e diminuta escotilha no mesmo estilo dos Toyota Corolla e Corolla Cross.

Com perfil elegante e rodas aro 17 diamantadas, o Sentra vira cabeças por onde passa.Com perfil elegante e rodas aro 17 diamantadas, o Sentra vira cabeças por onde passa.Fonte:  Yuri Ravitz 

No final das contas, poder dirigir um sedan médio atual em pleno 2024 foi uma experiência muito agradável, pois é um tipo de carro que entrega uma qualidade de rodagem bastante superior, bem como um visual quase sempre cheio de classe. Mesmo com seus pontos fracos, o Sentra deve ser analisado com carinho e pode ser um ótimo companheiro diário.

Mas é sempre bom lembrar dos rivais e, por esse preço, já é possível levar um Corolla Altis híbrido ou um BYD King GS, também híbrido. Há ainda infinitos SUVs compactos e alguns médios no páreo, então, reflita sobre seus gostos e prioridades com calma antes de fechar negócio. O certo é que mesmo sem turbo ou eletrificação, o Sentra não deve ser esquecido.

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