O Paradoxo de Fermi explica que a civilização humana ainda não detectou nenhum outro tipo de vida inteligente nas fronteiras do espaço porque talvez estejamos completamente sozinhos no universo. Um novo estudo realizado pelo presidente de Astrofísica da Universidade de Manchester (Inglaterra), Michael Garrett, descreve que a solução para o paradoxo é a ascensão da inteligência artificial (IA).
A pergunta do Paradoxo de Fermi é: se o universo surgiu há 13,7 bilhões de anos e existem mais de 200 trilhões de estrelas espalhadas pelo cosmos, por que nunca encontramos nenhum extraterrestre?
Uma das soluções para esse problema é a simples inexistência de outra civilização no universo, e talvez isso ocorra porque todas as sociedades inteligentes sucumbem antes de encontrarem outros povos; esse conceito é chamado de ‘grande filtro’.
Em um artigo publicado na revista científica Acta Astronautica, Garret sugere que o ‘grande filtro’ seja causado pela ascensão da inteligência artificial. Ou seja, a tecnologia de IA pode ser responsável por levar à destruição final das civilizações inteligentes, impedindo-as de alcançar o nível tecnológico necessário para viagens interestelares — e, consequentemente, de sobreviver a um grande apocalipse.
“A rapidez dos processos de tomada de decisão da IA pode agravar os conflitos de formas que ultrapassam em muito as intenções originais. Nesta fase do desenvolvimento da IA, é possível que a integração generalizada da IA em sistemas de armas autônomos e processos de tomada de decisão de defesa em tempo real poderia levar a um incidente calamitoso como a guerra termonuclear global, precipitando o desaparecimento de civilizações técnicas artificiais e biológicas”, Garret explica no artigo.
Paradoxo de Fermi e a Inteligência Artificial
O pesquisador explica que quando a civilização alcançar a singularidade de uma inteligência artificial, a tecnologia poderá evoluir a níveis que ultrapassam os mecanismos tradicionais da ciência. Assim, a IA pode eventualmente enxergar a sociedade como um fardo e decidir eliminar seus criadores a fim de economizar os recursos do planeta.
A teoria do ‘grande filtro’ foi proposta pelo cientista Robin Hanson, quando sugeriu que grandes civilizações são interrompidas pelos seus próprios impactos ambientais e sociais.Fonte: GettyImages
Para Garret, quando as civilizações começarem a utilizar inteligências artificiais de forma generalizada, elas devem durar apenas entre 100 e 200 anos. Essa pode ser a resposta para o Paradoxo de Fermi, já que não haveria tempo suficiente para uma sociedade se tornar tecnologicamente avançada a ponto de se espalhar pelo universo e realizar viagens interplanetárias.
“Se a ASI [superinteligência artificial] limitar a vida comunicativa das civilizações avançadas a algumas centenas de anos, então apenas um punhado de civilizações comunicantes provavelmente estará presente simultaneamente na Via Láctea. Isso não é inconsistente com os resultados nulos obtidos nas atuais pesquisas SETI e outros esforços para detectar assinaturas tecnológicas em todo o espectro eletromagnético”, concluí Garret.
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