Cientistas da DeepMind ganham Nobel de Química por pesquisa de proteínas

Dois pesquisadores que integram o DeepMind, laboratório de inteligência artificial (IA) que pertence à Google, foram laureados com o prêmio Nobel de Química em 2024. Os cientistas são Demis Hassabis e John M. Jumper, que dividiram neste ano a homenagem com o professor David Baker, da Universidade de Washington.

A dupla foi a responsável pelo desenvolvimento do AlphaFold, um programa capaz de “prever” a estrutura de uma proteína. Na prática, essa plataforma consegue determinar e exibir a geometria de uma molécula.

A previsão da estrutura proteica tem várias utilidades na ciência. (Imagem: Johan Jarnestad/The Royal Swedish Academy of Sciences)Fonte:  Johan Jarnestad/The Royal Swedish Academy of Sciences 

A tecnologia foi apresentada em 2020 e tem base em inteligência artificial (IA) para ajudar a encontrar a estrutura tridimensional de cada proteína já conhecida pela ciência. Após o sistema ser refinado e completar a tarefa, a companhia até liberou esses dados publicamente para pesquisas.

A outra metade do prêmio foi para Baker, que em 2003 conseguiu “construir” um novo tipo de proteína a partir da união de aminoácidos em laboratório.

O trio não trabalha junto, mas tem trabalhos relacionados: com base em aprendizado de máquina avançado, o sistema AlphaFold de segunda geração aprimora e agiliza esse processo de criação sintética.

Por que isso é importante?

De acordo com o comunicado oficial da Academia Real Sueca de Ciências, que organiza a premiação, a contribuição dos pesquisadores envolve um tema essencial para o planeta, já que “a vida não poderia existir sem proteínas“.

Entre as aplicações práticas, as descobertas podem permitir estudos mais precisos sobre resistência a antibióticos, por exemplo, e também desenvolver futuras enzimas capaz decompor plástico e ajudar em projetos de sustentabilidade.

A predição da estrutura agiliza o estudo e corta de meses para minutos a representação visual de uma proteína, antes considerada uma das etapas mais demoradas e difíceis de uma pesquisa. “O fato de nós podermos prever estruturas de proteínas e criar as nossas próprias proteínas concede o maior dos benefícios à humanidade“, diz a organização.

Hassabis e Jumper, cientistas da DeepMind. (Imagem: The Royal Swedish Academy of Sciences)Hassabis e Jumper, cientistas da DeepMind. (Imagem: The Royal Swedish Academy of Sciences)Fonte:  The Royal Swedish Academy of Sciences 

Além da certificação e das honras, o trio vai dividir um prêmio de 11 milhões de coroas suecas — cerca de R$ 5,9 milhões em conversão direta de moeda.

Esse já é o segundo prêmio Nobel de 2024 concedido a pesquisadores com usos práticos de IA. O primeiro deles foi o de Física, que homenageou cientistas que criaram bases fundamentais de redes neurais artificiais.

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