Em 1869, os astrônomos norte-americanos aguardavam ansiosamente pela ocorrência de um eclipse solar total que passou por algumas regiões dos Estados Unidos. Na época, dois cientistas conseguiram identificar uma linha de emissão no espectro da coroa solar que não estava nos parâmetros de nenhuma substância identificada pela ciência. Por isso, eles afirmaram que se tratava de um novo elemento chamado de corônio (coronium).
Também conhecido como newtônio, o elemento foi descoberto pelos astrônomos Charles Augustinus Young e William Harkness, quando realizaram medições do espectro do Sol durante o eclipse total. Em diferentes experimentos, eles encontraram evidências de um possível novo elemento que poderia revolucionar a trajetória da ciência.
Os mesmos experimentos foram considerados precisos, pois em 1868, diversos astrônomos empregaram os mesmos métodos para confirmar o hélio (He) como um elemento químico. Após as evidências do He, o astrônomo Joseph Norman Lockyer começou a defender a realização de expedições para observar outros eclipses, visando possivelmente descobrir novos elementos.
“Coronium era o nome de um elemento químico sugerido, hipotetizado no século XIX. Foi nomeado após a coroa solar. Na década de 1860, foram observadas linhas de emissão (particularmente uma linha verde) no espectro coronal durante eclipses solares que não correspondiam a nenhuma linha espectral conhecida. Foi proposto que estes se deviam a um elemento desconhecido, provisoriamente denominado corônio”, descreve uma publicação do site Chem Europe.
O não elemento Coronium
Com a descoberta do Hélio, os cientistas começaram a acreditar que a observação de eclipses poderiam resultar em mais descobertas. Assim, quando Young e Harkness assistiram ao eclipse de 1869, eles propuseram a nova ideia; ao posicionarem os telescópios, os pesquisadores perceberam uma nova linha verde brilhante no espectro da coroa solar.
Na imagem, é apresentado um tipo de código de barras com as linhas observáveis no espectro solar; algumas dessas linhas apontam a existência de elementos.Fonte: Wikimedia Commons
Muitos cientistas tentaram entender o elemento durante décadas, até que, em 1902, Dimitri Mendeleev o renomeou para newtônio — Mendeleev ficou conhecido como o pai da tabela periódica. Apenas em meados da década de 1930, o astrônomo sueco Bengt Edlén conseguiu realizar experimentos capazes de confirmar que o coronium não era um elemento real, mas sim um erro de percepção.
Na verdade, Edlen encontrou evidências de que o ex-elemento é uma forma de ferro que só acontece em temperaturas altíssimas, próximas de um milhão de graus Celsius. Até hoje, os cientistas ainda não compreenderam completamente o processo de formação desse ferro.
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