Como o ditado diz, setembro chove; mas nesse caso, foi uma chuva de galáxias. Durante o mês, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA), em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA) e Agência Espacial Canadense (CSA), divulgaram imagens impressionantes de galáxias capturadas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST).
Entre as mais impressionantes apresentadas nos últimos 30 dias, selecionei as fotografias do aglomerado de galáxias MACS-J0417.5-1154, conhecido por sua aparência em formato de ponto de interrogação, das Nuvens Digel e do par de galáxias Arp 107. Confira!
Aglomerado de galáxias MACS-J0417.5-1154
Uma das primeiras imagens apresentadas pela NASA em setembro mostra o aglomerado de galáxias MACS-J0417.5-1154, conhecido por sua distorção no espaço-tempo, que cria a aparência das galáxias atrás dele em formato de ponto de interrogação. Anteriormente, a região já havia sido observada pelo Telescópio Espacial Hubble, mas os astrônomos também utilizaram o JWST para coletar informações mais detalhadas.
Parece uma mensagem extraterrestre, mas a aparência de ponto de interrogação é um raro alinhamento causado por lentes gravitacionais.Fonte: NASA / ESA / CSA / STScI / V. Estrada-Carpenter
A aparência peculiar é resultado das lentes gravitacionais, um efeito que amplia a visão de galáxias distantes e causa distorções nas imagens. A partir desse fenômeno, os astrônomos podem estudar alguns detalhes dessas galáxias ampliadas com mais profundidade, algo que não seria tão fácil sem o auxílio das lentes gravitacionais.
“Isso é simplesmente legal. Imagens incríveis como essa são o motivo pelo qual entrei na astronomia quando era jovem. Essas galáxias, vistas bilhões de anos atrás quando a formação estelar estava no auge, são semelhantes à massa que a Via Láctea teria naquela época. Webb está nos permitindo estudar como teriam sido os anos da adolescência de nossa própria galáxia”, disse o astrônomo e um dos principais pesquisadores da equipe, Marcin Sawicki.
Nuvens Digel
Um grupo de pesquisadores utilizou os instrumentos NIRCam (Near-Infrared Camera) e MIRI (Mid-Infrared Instrument) do JWST para coletar dados de uma região conhecida como Galáxia Exterior Extrema, onde estão localizadas as Nuvens Digel 1 e 2 (1A, 1B, 2N e 2S), nuvens moleculares onde ocorre a formação de estrelas.
Além das nuvens moleculares, a imagem mostra diversas galáxias e nebulosas ao fundo.Fonte: NASA / ESA / CSA / STScl / M. Ressler (JPL)
Dentro dessa região, a imagem revela a Nuvem Digel 2S, com estrelas jovens recém-formadas e uma vasta área contendo galáxias de fundo. Os dados também confirmaram a existência de um subaglomerado de estrelas dentro da nuvem, algo que já havia sido suspeito anteriormente.
“Estou interessado em continuar estudando como a formação de estrelas está ocorrendo nessas regiões. Ao combinar dados de diferentes observatórios e telescópios, podemos examinar cada estágio no processo de evolução. Também planejamos investigar discos circunstelares dentro da Galáxia Extrema Exterior”, disse a principal autora de um estudo sobre o tema, Natsuko Izumi.
Par de galáxias Arp 107
Em outra imagem capturada pelo JWST, são revelados novos detalhes sobre o par de galáxias Arp 107, uma região conhecida por sua intensa formação de estrelas. Com base nesses dados, os astrônomos conseguem entender melhor tanto as estrelas mais antigas quanto as mais jovens presentes na região, além de investigar como essas duas galáxias colidiram há centenas de milhões de anos.
Além de revelar detalhes impressionantes, a imagem do par de galáxias Arp 107 exibe uma aparência que lembra um sorriso.Fonte: NASA / ESA / CSA / STScI
“Os dados do infravermelho próximo, mostrados em branco, mostram estrelas mais velhas, que brilham intensamente em ambas as galáxias, bem como a tênue ponte de gás que corre entre elas. As vibrantes galáxias de fundo também são intensamente iluminadas nesses comprimentos de onda. Por outro lado, os dados do MIRI mostram as estrelas jovens e as regiões de formação de estrelas em laranja e vermelho vibrantes”, a ESA explica em comunicado oficial.
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