A segunda fase do projeto piloto do Drex, o “real digital”, já está em andamento, conforme anunciou o Banco Central (BC) na segunda-feira (23). Nesta nova etapa, o objetivo é testar a implementação de serviços financeiros disponibilizados por meio de contratos inteligentes desenvolvidos e geridos por terceiros.
Com previsão de seguir até o final do primeiro semestre de 2025, a nova fase do experimento vai avaliar diferentes casos de usos da tecnologia, priorizando os requerimentos de privacidade definidos pela legislação. Ativos não regulados pela autarquia federal também serão testados, em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A moeda digital brasileira poderá ser utilizada em transações tokenizadas, garantindo transferências instantâneas.Fonte: Getty Images/Reprodução
A autoridade monetária selecionou 13 temas para a segunda fase do Drex, escolhidas pelo Comitê Executivo de Gestão (CEG) em meio a 42 propostas recebidas. Os testes terão a participação de consórcios ou empresas responsáveis pelos projetos selecionados, incluindo bancos como Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Nubank e Inter.
Segundo o coordenador da iniciativa, Fábio Araújo, o desenvolvimento dos temas terá início nas próximas semanas. Os experimentos ocorrerão em ambientes específicos para cada um, permitindo que empresas e reguladores verifiquem a melhor estratégia de implementação e a governança dos serviços, avaliando, também, as soluções de privacidade.
Temas que farão parte da segunda fase do Drex
De acordo com o BC, foram selecionados os seguintes temas para a nova etapa de testes do real digital:
- Cessão de recebível: ABC e Inter
- Crédito colateralizado em CDB: BB, Bradesco e Itaú
- Crédito colateralizado em títulos públicos: ABBC, ABC e MB
- Financiamento de operações de comércio internacional (Trade Finance): Inter
- Otimização do mercado de câmbio: XP-Visa e Nubank
- Piscina de liquidez para negociação de títulos públicos: ABC, Inter e MB
- Transações com Cédula de Crédito Bancário (CCB): ABBC
- Transações com debêntures: B3, BTG e Santander
- Transações com ativos do agronegócio: TecBan, MB e XP-Visa
- Transações com créditos de descarbonização (CBIO): Santander
- Transações com automóveis: B3, BV e Santander
- Transações com imóveis: BB, Caixa e SFCoop
- Transações com ativos em redes públicas: MB
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A tecnologia, cujo nome é uma abreviação para “Digital Real X”, deve estar disponível a partir de 2025. Cada unidade de Drex terá valor equivalente a R$ 1 em cédula e poderá ser usada em transferências instantâneas, como no Pix, em transações tokenizadas.