ONU pede que IA seja tratada com mesma urgência de mudanças climáticas

Um órgão consultor ligado às Organizações das Nações Unidas (ONU) fez uma série de recomendações sobre o futuro da inteligência artificial (IA) na sociedade. O relatório completo inclui alertas sobre riscos e sugestões para ações governamentais.

O comitê escolhido para lidar sobre o tema diz que o assunto não é monitorado como deveria pela ONU. Ele pede que os riscos da IA sejam tratados com seriedade e de uma forma tão completa quanto as mudanças climáticas — um tema que por anos foi negligenciado e só agora, com problemas sentidos na prática, está se popularizando.

O documento traz algumas sugestões e recomendações para a ONU envolvendo riscos como a criação automatizada de desinformação, a criação de deepfakes cada vez mais realistas, a substituição de empregos e o viés algorítmico de IAs generativas.

O que o texto da ONU diz sobre IA

De acordo com o relatório, uma das prioridades da organização deve ser abrir o diálogo sobre IA com todos os membros da ONU, para que as nações possam debater sobre o tema mais livremente. Além disso, um fundo deve ser criado para “empoderar nações mais pobres” e permitir que elas não fiquem tão atrasadas no campo em comparação com outros países.

O documento pede ainda a criação de um painel independente e internacional com representantes científicos e do mercado da IA e o estabelecimento de uma troca de padrões sobre o tema, criando espaços em comum nas organizações.

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O uso ético e sustentável da IA é um dos tópicos principais do documento.

Na prática, a proposta inclui ainda a criação de um framework global para estabelecer padrões de treinamento de dados e troca de informações anonimizadas para treinamento de IAs. As recomendações serão debatidas em um evento da ONU em setembro de 2024 e, a partir de então, podem ou não ser adotadas oficialmente.

“Como especialistas, continuamos otimistas sobre o futuro da IA e seu potencial para o bem. Esse otimismo depende, porém, do realismo sobre os riscos e da inadequação das estruturas e incentivos em vigor”, diz o texto. O relatório completo pode ser lido neste link (em inglês).

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