O Comitê de Supervisão da Meta (Oversight Board) anunciou o debate interno sobre um novo caso. Desta vez, ele vai avaliar duas publicações sobre discussões de gênero que foram denunciadas por alguns usuários.
Apesar das acusações de que o conteúdo ou a discussão iniciada envolvem transfobia e da realização de denúncias nas plataformas por Discurso de Ódio, Bullying e Assédio, a empresa dona de Facebook, Instagram e WhatsApp decidiu não tirar as publicações do ar.
O grupo independente recebeu as reclamações, ouviu o lado da Meta e vai agora analisar o caso. Inicialmente, ele também abriu espaço para contribuições públicas na página do Comitê e, nas próximas semanas, deve deliberar sobre o assunto e fazer recomendações à companhia.
O caso analisado pelo Comitê
Ao todo, são duas postagens diferentes avaliadas sobre o mesmo tema. O primeiro vídeo viralizou no Facebook, em especial nos Estados Unidos, e mostra uma mulher cis confrontando uma mulher trans em um banheiro.
No segundo caso, publicado no Instagram, um vídeo mostra uma mulher transgênero (chamada de “homem” pelo autor da postagem) vencendo uma competição esportiva na categoria feminina, o que revoltou alguns espectadores.
A Meta segue afirmando que os posts não infringiram regras da plataforma.Fonte: GettyImages
Tecnicamente, as regras das plataformas não permitem ataques diretos aos usuários pela identidade de gênero e ambos os posts deveriam ser tirados do ar. Porém, a Meta seguiu defendendo a manutenção de ambos em resposta inicial ao comitê.
De acordo com a companhia, no primeiro caso, designação incorreta de gênero não é tida como uma causa de ataque direto e a própria pessoa envolvida no clipe não fez reclamações à Meta. No segundo caso, a plataforma argumenta que a questão do acesso aos banheiros foi vista como “tema de debate político considerável” nos EUA e as falas do clipe não seriam em tom de exclusão.
Além do caso atual, o Comitê de Supervisão está avaliando publicações sobre a situação política na Venezuela e já solicitou às redes sociais um controle mais rígido contra deepfakes de cunho sexual.
Recentemente, o CEO da plataforma, Mark Zuckerberg, expôs seu descontentamento por uma “pressão” do governo dos EUA para que o Facebook moderasse conteúdos sobre a pandemia da covid-19 em 2021.