O novo já nasce velho? Equilibrando inovação e o essencial no marketing

Por Thiago Muniz.

O que pesa mais? Saber as técnicas que realmente funcionam ou ser um especialista em ferramentas? Quem já trabalhou com varejo, por exemplo, um dia fez merchandising mas hoje em dia faz trade marketing.

Não é só o marketing tradicional que carrega essas nomenclaturas: marketing de guerrilha e growth hacking para alguns propõem a mesma estratégia que é criar marketing através de crescimento com experimentação rápida, criatividade e tantos outros termos.

Conheci especialistas em tudo isso e também gurus que não entregam resultado. A nomenclatura no final do dia ajuda bastante no Linkedin e no hype e quem sou eu para dizer o que é certo ou errado na hora de vender o seu peixe. De fato tem coisas que são inovadoras e disruptivas e outras que já nascem velhas.

É aquela sensação de que você esperava algo novo mas no final o que você vê parece ou é exatamente igual a algo que você já conhece. Já conheci ferramentas que me deram excelentes insights para criar estratégias de marketing e por causa de estratégias achei excelentes softwares de marketing e vendas. Então quais são as técnicas utilizadas no marketing que precisam acompanhar as inovações e plataformas tecnológicas? 

Então vamos nessa porque é melhor focar na entrega. Foco no cliente e segmentação são essenciais para que técnicas de marketing se transformem em ações efetivamente funcionais. Tudo isso só funciona bem quando temos ferramentas de automação de marketing e ferramentas de relacionamento com o cliente (CRM).

Quando uma segmentação é precisa conseguimos atingir grupos diferentes de clientes com mensagens personalizadas, o que melhora a experiência do cliente e aumenta a lealdade com a marca. Falar a língua do cliente na teoria é excelente, já na prática: quantas empresas não se dizem sustentáveis e não fazem o que pregam ou são engraçadinhas nas redes sociais mas somos atendidos por telefone por pessoas sem o mínimo de senso de humor?

A comunicação integrada era algo só para multinacionais. Atualmente com ferramentas omnichannel é possível com alguns cliques falar com um cliente do Instagram e outro do Whatsapp pela mesma plataforma por um preço justo. Já quando falamos de atendimento ao cliente a venda consultiva atualmente pode ser substituída por um e-commerce que permite com que os clientes tomem a decisão de rapidamente encontrar o que desejam. E o que esperar então do futuro? 

Quando pensamos em experiências com marcas, além de ações tradicionais como eventos a realidade aumentada e realidade virtual serão adotadas cada vez mais porque, além de mais acessíveis, também teremos no presente e futuro cada vez mais desenvolvedores de soluções para estes ambientes. O marketing personalizado também fica cada vez mais concreto através da proximidade. Usar a localização sem invadir a privacidade dos usuários é uma forma de se tornar relevante na era da atenção de forma oportuna e funcional. Os dados são o novo petróleo, é o que eu ouvimos nas duas últimas décadas mas como transformar dados em informações e insights é um desafio que a inteligência artificial e machine learning tem ajudado a tornar mais concreto e prático, estamos saindo da era dos insights “estáticos” para um mundo de cada vez mais previsibilidade. 

Os famosos 4Ps do marketing (produto, preço, praça e promoção) já viraram tantas outras siglas e combinações de números por aí, mas no final do dia é importante entendermos que produto, preço, praça e promoção continuam sendo conceitos extremamente relevantes.

Quer ver um exemplo? O e-commerce e as redes sociais são praças abertas 24/7 em qualquer lugar do mundo com personalização por localização, comportamento, portfólio de produtos, disponibilidade logística e tantas outras variáveis.

Quando entendemos que uma base sólida ajuda a compreender como usamos a tecnologia conseguimos extrair mais valor das ferramentas que usamos. Sim, é claro que muitas vezes softwares podem nos ajudar a explorar nossa criatividade e pensar em ações até então impossíveis e impensáveis, mas isso será tema para o próximo artigo. 

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* Thiago Muniz é CEO da Receita Previsível

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