A Polícia Federal prendeu cinco pessoas que embarcavam para a China pelo Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. As suspeitas tinham na bagagem um pacote de selos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Segundo o Jornal da Record, o voo tinha como destino a cidade de Xangai. Foram apreendidos “milhares de selos” para certificação originais, inclusive com número de série e relevo.
De acordo com a reportagem, a gráfica homologada pela Anatel responsável pela impressão confirmou que vendeu os selos para “uma empresa também homologada da capital paulista“, mas garantiu que “todo o negócio foi realizado regularmente“.
Para que servem os selos da Anatel?
De acordo com as investigações, as suspeitas colariam os selos em aparelhos eletrônicos que entrariam no Brasil com uma falsa credencial de homologação da Anatel.
Dessa forma, eles poderiam ser comercializados no país e ainda ficariam livres de impostos e procedimentos como testes de segurança, que são essenciais para definir questões como a emissão de radiação do dispositivo.
Uma pesquisa recente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) revelou que 25% do mercado nacional de celulares é formado por aparelhos comprados de forma irregular.
A carga apreendida que incluía os selos desviados. (Imagem: Jornal da Record/Reprodução)Fonte: Jornal da Record
Em outras palavras, um a cada quatro dispositivos veio do que é chamado de “mercado cinza“, adquiridos em marketplaces ou lojas de eletrônicos que não são representantes oficiais de marcas.
A própria Anatel tem combatido cada vez mais a comercialização desses aparelhos, que ela chama de irregulares. Lojas digitais como Amazon e Mercado Livre até receberam a ordem para remover anúncios desses dispositivos nos últimos meses, em uma campanha que está se encaminhando para terminar na Justiça.