O bilionário, também conhecido como o ‘Bill Gates britânico’, estava sendo acusado de fraude contábil desde 2011, em um negócio envolvendo as empresas Autonomy e HP. Ele foi inocentado em junho deste ano. Mike Lynch
Reprodução/TV Globo
O bilionário Mike Lynch, que estava a bordo do iate de luxo que naufragou na Itália na segunda-feira (19), aproveitava a viagem para comemorar sua absolvição em um caso de fraude nos Estados Unidos, de acordo com uma pessoa próxima ao empresário ouvida pela Bloomberg.
O iate naufragou próximo a Palermo, na ilha italiana da Sicília, e seu corpo só foi encontrado na quarta-feira (21). O empresário estava acompanhado de sua esposa, filha e alguns amigos.
Em junho deste ano, Lynch, também conhecido como “Bill Gates britânico”, foi inocentado de todas as acusações de fraude envolvendo sua empresa de software, a Autonomy.
O rolo envolvendo seu nome começou em 2011, quando o magnata vendeu a Autonomy para a fabricante de computadores pessoais Hewlett-Packard, a HP. O negócio, de US$ 11 bilhões, foi marcado por acusações de fraude contábil.
Naquele ano, a HP havia dito que “representantes do Departamento de Justiça dos EUA avisaram que abriram uma investigação relacionada à Autonomy”. “Estamos cooperando com as três agências”, disse a HP ao ficar sabendo da denúncia.
Lynch imediatamente se defendeu, alegando não ter sido procurado por nenhuma autoridade regulatória, mas afirmou que iria cooperar com qualquer investigação e que aguardava a oportunidade de explicar seu posicionamento.
“Embora o Sr. Lynch esteja ávido por um debate, acreditamos que o processo legal é o método correto para esclarecer os fatos e tomar ações em nome de nossos acionistas”, afirmou a Hewlett-Packard em resposta a uma carta aberta do magnata.
Bombeiros retiram nesta quinta (22) mais um corpo de destroços do iate que naufragou na Itália
Guglielmo Mangiapane/via Reuters
O bilionário temia ser preso, principalmente devido a uma doença pulmonar que estava enfrentando. “Tenho várias questões médicas que tornariam muito difícil a sobrevivência”, disse ele em uma entrevista ao Sunday Times.
Em 2023, ele chegou a ser extraditado para os EUA para ser julgado. A Sky News lembra que vários políticos e empresários foram contra essa extradição, já que a Autonomy tem sede no Reino Unido.
Em maio, Lynch disse à justiça americana que ele não estava encarregado pela contabilidade de sua empresa e, sim, focado na tecnologia e no marketing, segundo informações da agência Reuters.
Após ser considerado inocente, ele disse que estava “exultante”. “A verdade finalmente prevaleceu”, disseram seus advogados.
Segundo o The Guardian, após ficar nos EUA, Lynch planejava voltar para o Reino Unido e, então, limpar seu nome por lá.
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Dhara Assis, Bianca Batista e Kayan Albertin/Arte g1