O CEO do YouTube, Neal Mohan, alertou à OpenAI que não use os vídeos disponíveis na plataforma para treinar o Sora, ferramenta de inteligência artificial (IA) generativa capaz de gerar vídeos a partir de descrições textuais. O recado foi dado durante entrevista à Bloomberg, na quinta-feira (4).
Conforme o chefe do streaming de vídeos do Google, os termos de uso do serviço impedem a utilização dos materiais sem o consentimento do proprietário. A regra é válida para diferentes finalidades, como a repostagem dos vídeos originais por terceiros, e também incluiria o aproveitamento do material para treinamentos de modelos de IA.
Neal Mohan disse que o uso de vídeos do YouTube sem autorização viola os termos de serviço da plataforma.Fonte: Getty Images/Reprodução
“Do ponto de vista de um criador, quando ele faz o upload de seu trabalho árduo em nossa plataforma, ele tem certas expectativas. Uma dessas expectativas é que os termos de serviço serão cumpridos”, observou o executivo. Mohan também mencionou a proibição de transcrição dos vídeos, que poderia ser utilizada para treinar o ChatGPT.
A criadora do chatbot tem sido alvo de processos judiciais nos quais é acusada de usar conteúdos protegidos por direitos autorais no desenvolvimento da tecnologia, sem autorização. O jornal The New York Times está entre os autores das ações, alegando que a desenvolvedora usou seus artigos para alimentar o ChatGPT.
OpenAI usa o YouTube para treinar o Sora?
Apesar do alerta, o CEO do YouTube disse não saber se a startup tem utilizado os vídeos da plataforma no treinamento da sua ferramenta de IA generativa mais recente. Também não ficou claro se a gigante de Mountain View fará algum tipo de investigação a respeito desse assunto.
Recentemente, a diretora de tecnologia da OpenAI, Mira Murati, afirmou não ter certeza se o gerador de vídeos baseado em IA foi treinado usando materiais disponíveis no YouTube ou em plataformas como Facebook e Instagram. A única confirmação dada por ela é que o Sora estará disponível até o final deste ano.
Lançado em fevereiro, o novo modelo de linguagem da criadora do ChatGPT é capaz de criar vídeos de diferentes estilos e bastante realistas. No momento, ele está restrito a um pequeno grupo de designers, artistas visuais e cineastas que auxiliam no aprimoramento da tecnologia.