A rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, foi condenada a pagar uma indenização a um funcionário demitido na Irlanda. Ao todo, a plataforma gerenciada por Elon Musk terá que desembolsar 550 mil euros — cerca de R$ 3,3 milhões em conversão direta de moeda — por irregularidades na dispensa do colaborador.
O processo foi aberto pela Workplace Relations Commission, uma entidade da Irlanda que cuida de questões trabalhistas. Segundo a ação judicial, Gary Rooney, que tinha um cargo sênior na companhia, foi demitido de forma instantânea e injusta em dezembro de 2022, após nove anos na rede social.
“Não é certo que o senhor Musk, ou na verdade qualquer outra companhia grande, trate funcionários dessa maneira neste país. A indenização recorde reflete a seriedade e a gravidade do caso“, afirmou em nota um dos advogados do caso. Até o momento, a plataforma não se manifestou sobre o caso.
Clique “Sim” para continuar empregado
Segundo os documentos apresentados como evidência, os funcionários do Twitter receberam no fim de 2022 um email de Musk pedindo aos funcionários que continuassem na empresa. Porém, quem aceitasse fazer isso — simplesmente clicando em um botão escrito “Sim” no corpo da mensagem — estaria aceitando condições de “alta intensidade” de trabalho para ajudar a construir a nova fase da empresa.
“Isso vai significar trabalhar longas horas a um ritmo intenso. Apenas desempenhos excepcionais serão suficientes“, diz a mensagem de Musk, sem maiores detalhes do que seria exigido. O empresário deu 24 horas para que cada funcionário respondesse e, aos que não concordavam com os termos, havia a promessa receber uma rescisão no valor de três meses de salário.
O ex-colaborador foi uma das pessoas dispensadas por não responder a mensagem — que, segundo ele, pegou toda a equipe de surpresa e trazia um prazo curto demais para uma decisão tão importante. No dia seguinte, ao receber uma confirmação de que sua dispensa estava próxima, o homem começou a se despedir da equipe ao perceber o desenrolar do caso.
Elon Musk, o bilionário dono do X.Fonte: GettyImages
Os advogados do X alegam que Rooney “voluntariamente” se demitiu ao não clicar no botão indicado na mensagem. Além disso, a companhia cita que o escritório na Irlanda teve o trabalho considerado “redundante” na mudança de gestão e a maioria dos funcionários topou a demissão voluntária.
Porém, o tribunal considerou que a mensagem de Musk não é uma forma válida de demissão de acordo com as leis trabalhistas da Irlanda e, portanto, a dispensa foi considerada irregular. Além disso, a empresa não apresentou evidências que justificassem a demissão para além da falta de resposta à mensagem.