O governo dos Estados Unidos está trabalhando em uma nova regulamentação que restringe ainda mais o acesso de empresas chinesas a componentes de chips vindos dos Estados Unidos. A ideia é restringir o acesso dessas empresas a equipamentos usados na fabricação de semicondutores.
De acordo com a Reuters, a medida será uma expansão de leis já em vigor que reduz as permissões para que empresas norte-americanas negociem com companhias da China. Até o momento, o governo não confirmou as novas normas, mas a lei deve ser promulgada já em agosto deste ano.
A principal novidade, porém, deve ser a exclusão de alguns países aliados dessa regra — caso dos Países Baixos (Holanda), Japão e Coreia do Sul. Na prática, isso significa que eles seguiriam liberados a fornecer equipamentos e matérias-primas para parceiras da China.
Proibições continuam contra a China
A boa notícia reverberou de forma positiva entre empresas que fornecem tecnologias para a fabricação de processadores e estariam nas regiões livres para comércio com os chineses. As marcas com ações em alta incluem a holandesa ASML, a japonesa Tokyo Electron e as sul-coreanas Samsung e SK Hynix.
Já regiões como Israel, Taiwan, Singapura e Malásia estariam na lista de proibidas. Caso a informação proceda, a atual maior fabricante de chips do mundo, a taiwanesa TSMC, pode ser diretamente impactada.
A TSMC, atual maior fabricante de chips da indústria, fica em Taiwan. (Imagem: Getty Images)Fonte: GettyImages
Na prática, cerca de cinco grandes fabricantes chinesas de semicondutores teriam as atividades bastante limitadas por essa legislação. Ao menos desde 2020, quando as sanções dos EUA contra o país asiático se intensificaram no campo dos semicondutores, a China busca formas de se tornar menos dependente de companhias norte-americanas e de países aliados.
Além de ser uma rival industrial para empresas nacionais, a China é acusada pelo governo estadunidense de espionagem industrial e uso de equipamentos ou serviços de telecomunicação para monitorar usuários dos EUA. É esse argumento de “risco à segurança nacional” que está levando o país a proibir o TikTok, entre outros exemplos.
A Huawei, que foi uma das marcas mais afetadas pelas barreiras comerciais e perdeu até a licença do ecossistema Android em seus celulares, é uma das marcas que voltou a apostar no mercado regional e retomou bons resultados.