O Banco Central do Brasil confirmou, através da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a tendência de um ritmo mais lento na queda da taxa básica de juros, a Selic, a partir de junho. A redução de 0,5 ponto percentual, anteriormente prevista para maio, pode ser adiada, dependendo das incertezas sobre a inflação, o mercado de trabalho e a atividade econômica.
Essa sinalização foi destacada na ata divulgada pelo Banco Central, após a sexta redução consecutiva na Selic, que a levou a 10,75% ao ano. O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, ressaltou que o Banco Central busca flexibilidade na condução da política monetária, indicando a possibilidade de um ritmo mais moderado de cortes ou até mesmo a manutenção da trajetória atual.
O Copom considera que, se persistirem as incertezas, um ritmo mais lento de distensão monetária pode ser apropriado. A expectativa do mercado financeiro é que, a partir de junho, os cortes na taxa Selic ocorram em um ritmo menor, marcando uma mudança na comunicação do Banco Central, que anteriormente indicava cortes sucessivos de 0,5 ponto percentual a cada reunião.
A decisão do Copom leva em conta diversas variáveis, incluindo as expectativas de inflação para 2024 e 2025, que se encontram em torno de 3,8% e 3,5%, respectivamente. Além disso, dados recentes sobre o mercado de trabalho e a atividade econômica influenciam as projeções do Banco Central.
A preocupação com o ambiente externo também é levada em consideração, com bancos centrais de outras economias determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um cenário marcado por volatilidade. Internamente, o mercado de trabalho segue aquecido, com aumentos salariais e pressões que podem impactar a dinâmica inflacionária.
O Banco Central enfatiza a necessidade de cautela na condução da política monetária, buscando manter uma política contracionista para consolidar o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno das metas.
A próxima reunião do Copom será crucial para determinar os rumos da política monetária nos próximos meses, com possíveis ajustes no ritmo de cortes da taxa Selic.