O apagão cibernético da última sexta-feira (19) pegou o mundo inteiro de surpresa, menos a China. O país asiático passou quase ileso pela crise de TI que afetou inúmeros serviços, mas por um motivo: a CrowdStrike não é popular por lá. As informações são da BBC.
A companhia de segurança pode ser uma das maiores do mundo, contudo não é tão presente na China. Assim, o apagão só alcançou o país nas organizações que dependiam do serviço da empresa, como em redes internacionais de hotéis — Marriot, Sheraton e Hyatt, por exemplo.
Nos últimos anos, organizações governamentais e grandes companhias da China decidiram migrar suas próprias estruturas para operadores de TI nacionais. O processo é visto como uma forma de elevar a segurança nacional, consolidando uma espécie de sub-rede de computadores da China — ou “splinternet”.
Falha na Azure interrompeu serviços essenciais em boa parte do mundo, menos na China. (Imagem: Getty Images)Fonte: GettyImages
Da mesma forma, a Microsoft também não é tão presente no país. Empresas que precisam de serviços em nuvem tendem a preferir provedores locais, tais como Alibaba, Tencent e Huawei.
O processo é bastante similar ao que acontece no ocidente: companhias daqui tendem a preferir tecnologias ocidentais, às vezes até banindo totalmente a associação com empresas chinesas, como aconteceu com a Huawei.
Entenda o apagão
Porém, como foi possível ver durante o apagão, depender exclusivamente de uma empresa para manter os serviços digitais de pé é um problema. Sendo a Microsoft e a CrowdStrike os principais provedores, uma falha em suas ferramentas geram reações em cadeia de grandes proporções.
A falha de sexta-feira (19) aconteceu devido a uma atualização problemática no sistema Falcon, um tipo de antivírus corporativo presente em sistemas endpoint de máquinas gerenciadas pela Azure, cloud da Microsoft.
Então, o update crítico gerou uma falha generalizada em sistemas que usavam Windows, fazendo com que vários serviços ficassem indisponíveis de uma hora para a outra.
Cerca de 8,5 milhões de dispositivos foram afetados pelo apagão e, embora uma “quantidade significativa” de computadores impactados já esteja online de novo, as consequências da pane ainda vão perdurar por algum tempo.