O desenvolvimento do país passa pela conectividade

Por Marcos Ferrari.

Imagine como seria seu dia com um celular que fizesse apenas chamadas de voz. Um aparelho que não permitisse trocar mensagens instantâneas, conferir e-mails, acessar redes sociais, conduzir a um endereço desconhecido, solicitar um motorista na porta de casa, assistir a um filme ou a uma aula, fazer uma operação bancária, tampouco uma videoconferência. Nossa vida era exatamente assim há pouco mais de 10 anos.

Na primeira década dos anos 2000, o celular mais comum nas mãos dos brasileiros era literalmente um telefone móvel, com alguns atributos atrativos, como uma câmera, uma calculadora e outras aplicações. A grande mudança ocorreu a partir de 2013, com a chegada do 4G no Brasil e a consequente massificação no país do uso da internet no celular por meio dos novíssimos smartphones. Em uma década, a democratização da comunicação provocada pela Internet tornou a conectividade um bem essencial, inclusive reconhecido pela legislação brasileira, no auge da pandemia, quando sua existência se tornou vital para a continuidade das atividades econômicas.

Agora estamos na era do 5G, que completou dois anos de operação agora no dia 6 de julho e promete um salto ainda mais revolucionário. Por suas características inovadoras, como velocidades 100 vezes superiores ao 4G e tempos de resposta muito mais curtos, a tecnologia da quinta geração possibilita a conexão de máquinas com máquinas, abrindo espaço para aplicações como big data, automação, robotização e inteligência artificial, com infinitas possibilidades na agricultura, na medicina, na educação, em diferentes segmentos da indústria e nos negócios.

O 5G avança muito mais rapidamente no país que o 4G, substituindo gradativamente esta e as tecnologias anteriores. Um ano e 11 meses após a ativação do 5G, já são 27,9 milhões de acessos em mais de 589 municípios, onde vive 62% da população brasileira. No mesmo período de implementação, o 4G havia chegado a pouco mais de 8 milhões de acessos. Em 2030, 78% das conexões no Brasil serão 5G, segundo relatório da GSMA divulgado agora em junho no evento M360, na Cidade do México.

Importante destacar que o número de cidades brasileiras beneficiadas com o 5G até agora é muito superior ao previsto no edital de implementação da tecnologia: em 95% delas a adoção do 5G é fruto de antecipação de metas. O cronograma de implementação da tecnologia começou em julho de 2022, com o compromisso já cumprido de instalação até 2025 em todas as cidades com mais de 500 mil habitantes.

O avanço do 5G e das tecnologias que o antecederam exigiu pesados investimentos em infraestrutura de redes de conectividade pelo setor de telecomunicações. Nos últimos cinco anos, quando as operadoras estavam concluindo os compromissos de implementação do 4G e ativando o 5G, a média de investimentos foi de R$ 39,5 bilhões por ano, valor que representa cerca de 2,3% da Formação Bruta de Capital Fixo do país. Em 2021 e 2022 os investimentos foram ainda mais robustos com a preparação para ativação do 5G e a expansão da cobertura da nova tecnologia. Em 2023, foram R$ 35 bilhões em investimentos.

Esses investimentos, que seguem avançando no ritmo das inovações tecnológicas, se convertem em desenvolvimento para o país. A chegada da conectividade em uma cidade gera não apenas inclusão social, mas faz florescer novos negócios e empregos, impulsionando a economia brasileira. Um estudo elaborado em conjunto pela Nokia e pela Omdia mostra que o 5G terá um impacto de até US$ 1,2 trilhão no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil até 2035. O Ministério da Economia também fez uma projeção do benefício. A pasta estima que a utilização da tecnologia vai gerar R$ 590 bilhões por ano para os mais diversos setores da economia. E o setor de telecomunicações seguirá sendo essencial para viabilizar essa revolução, definitivamente indispensável para o desenvolvimento do país e melhoria das condições socioeconômicas da população.

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