Para quem joga no PC, o uso do software certo pode mudar drasticamente a experiência com games. Com o recentre crescimento de tecnologias desenvolvidas para reconstrução de imagem por grandes empresas, especificamente para usar em jogos em tempo real, soluções alternativas e que não dependam da implementação de desenvolvedores em cada jogo também surgem na comunidade.
O software Lossless Scaling, disponível na Steam, é talvez o mais completo nesse segmento, entregando tanto opções de redimensionamento de resolução da imagem quanto de geração de quadros intermediários. E o melhor: o programa é muito barato e fácil de usar!
O que é Lossless Scaling?
Lossless Scaling é um software disponível na Steam que integra uma interface dedicada para usar diversas tecnologias de upscaling para jogos. Os seus desenvolvedores o descrevem como a “caixa de ferramentas para o redimensionamento e geração de quadros dos seus jogos”.
Com a solução, é possível utilizar tecnologias que operam a partir do mesmo princípio do DLSS da NVIDIA , FSR da AMD e Intel XeSS. Ou seja, você pode melhorar a qualidade dos seus jogos e aproveitar melhor o hardware do seu computador.
Como funciona o Lossless Scaling?
O Lossless Scaling funciona aplicando diferentes tecnologias de dimensionamento como etapa de pós-processamento. Para isso, ele usa como origem a resolução inicial de um jogo rodando no modo janela, ou janela sem bordas, e faz o dimensionamento para a exibição em tela cheia, aplicando as tecnologias selecionadas.
Para o recurso de dimensionamento espacial, ele conta com diferentes opções:
- LS1
- AMD FidelityFX Super Resolution (1.0)
- NVIDIA Image Scaling
- Número Inteiro
- Nearest Neighbor
- xBR
- Anime4K
- Bilinear Nítido
- CAS Bicúbico
Além disso, o programa também conta com uma tecnologia própria de geração de quadros, LSFG (Losless Scaling Frame Generation) que foi treinado com Machine Learning e atualmente está na sua versão 2.1 no aplicativo.
Ele usa as informações dos quadros para gerar frames intermediários e, essencialmente, dobrar a taxa de quadros do seu jogo, ou até triplicar, dependendo das configurações.
Lossless Scaling comparado ao FSR 3.1 e DLSS
Apesar da proposta ser a mesma, existem diferenças técnicas importantes entre a implementação nativa, de tecnologias como o NVIDIA DLSS e o AMD FSR em suas versões 2.0 e superiores e o uso do Lossless Scaling.
Implementações nativas por cada jogo podem acessar vetores de movimento e fazem uma reconstrução temporal da imagem, o que ajuda a manter a coerência entre um quadro e o próximo, evitando efeito de cintilação e outros artefatos. O dimensionamento do Lossless Scaling é aplicado após todo o processo de renderização da imagem, com efeitos aplicados a cada frame.
Observando as opções do software, podemos ver que ele conta também com o upscaling do AMD FSR, mas aqui vale destacar uma importante diferença. O Lossless Scaling suporta aquela primeira iteração do FSR, que era basicamente uma forma upscaling espacial bilinear, ou também o FSR 1.0.
As versões FSR 2.0 em diante já contam com um funcionamento muito mais semelhante ao DLSS, também entregando resultados mais consistentes com melhor coerência temporal.
Essa lógica também vale para a geração de quadros. Tanto os recursos de Frame Generation da NVIDIA e da AMD usam informações da engine do jogo para manter uma coerência de movimento entre os quadros gerados e os renderizados nativamente, reduzindo artefatos.
O LSFG não têm acesso a essas informações do motor gráfico dos jogos, então o que ele faz, de forma mais simples é, analisar a imagem de um quadro renderizado, analisar a imagem do próximo quadro renderizado, e criar e posicionar um quadro entre esses dois para ser exibido.
Assim como no DLSS e FSR, esse processo tem um custo na latência do jogo.
O quadro gerado por Lossless Scaling apresenta mais artefatos que o FSR 3.1 ou DLSS 3.7Fonte: Digital Foundry
No entanto, mesmo que possa ser perceptível em alguns momentos, os artefatos derivados de geração de quadros acabam sendo disfarçados pelos quadros “reais” que se alternam em milissegundos.
Mesmo assim, fica claro que se um jogo já tem suporte a geração e quadros por DLSS e você tem uma RTX 40, ou se suporta o FSR Frame Generation, que pode ser usado em diversas GPUs, faz muito mais sentido aplicar essas soluções.
Quando vale a pena usar?
Os recursos de upscaling de imagem do Lossless Scaling são melhor aproveitados em jogos relativamente pesados em que você não consegue renderizar na resolução máxima do seu monitor com um bom desempenho, mas que não contam com DLSS ou FSR nativamente. Um bom exemplo disso é Elden Ring.
Lossless Scaling sendo usado para aplicar o AMD FSR em Elden RingFonte: Diego Amorim/Voxel
Depois de dois anos de lançamento, mesmo tendo uma opção para sombras em Ray Tracing, Elden Ring não conta com nenhuma tecnologia de reconstrução de imagem nativamente.
Se você tem um monitor 4K ou mesmo 1440p, renderizar o jogo nativamente pode ser um desafio dependendo do seu PC, então você pode definir uma resolução menor nas configurações e aplicar o AMD FSR, ou outra opção de upscaling, a partir do Lossless Scaling.
Já os recursos de Geração de quadros podem ser usados em basicamente qualquer jogo, que já não conte com uma tecnologia própria para isso
No entanto, é importante notar se o aumento de latência pode incomodar ou se possíveis artefatos na imagem são muito intrusivos.
LSFG usado no Resident Evil 4 original para ser exibido em 120fpsFonte: Digital Foundry
Os melhores cenários para usar o LSFG são em jogos antigos, ou até mesmo jogos que tenham uma exibição travada em 30 ou 60fps. O LSFG pode ser aplicado até mesmo em emuladores.
Como instalar e usar
Para usar o Lossless Scaling o primeiro passo é comprar o Software na Steam. Felizmente ele não é muito caro, custando R$ 16,99 no momento, mas já chegou a entrar em promoção por R$ 2,17 na Steam no seu menor preço histórico.
Com o programa instalado, você deve abri-lo junto ao jogo que pretende fazer o dimensionamento. O jogo deve estar configurado para exibição em modo janela ou em janela sem bordas.
Selecionando a tecnologia de upscalingFonte: Diego Amorim/Voxel
Na aba de Método de Ampliação você pode definir qual tecnologia de upscaling usar.
Se você quiser usar geração de quadros, basta selecionar o LSFG Versão 2.1 na aba de geração de quadros, e selecionar se você quer duplicar ou triplicar os quadros, a partir do original. Se você triplicar, os efeitos sobre a latência dos comandos pode ser maior.
Aplicando o LSFG nas configuraçõesFonte: Diego Amorim/Voxel
Com tudo definido, você pode então clicar no botão Aplicar dimensionamento, e antes da contagem regressiva acabar, clicar na janela do seu jogo.
A tela deve piscar, e, a partir daí, as tecnologias do Lossless Scaling estarão em operação no seu jogo.
Para melhorar o uso do LSFG
Para ter a melhor experiência possível com a geração de quadros do Lossless Scaling, você pode, em primeiro lugar, aplicar a tecnologia de redução de latência do NVIDIA Reflex.
Para fazer isso em qualquer título, você pode usar o software gratuito SpecialK. Se você ainda não conhece a ferramenta, pode conferir o nosso guia de apresentação às principais funções do SpecialK.
Aplicando o NVIDIA Reflex no overlay do SpecialKFonte: Diego Amorim/Voxel
Para manter uma apresentação mais estável, também é importante que a taxa de quadros de origem seja estável. Por isso, use algum limitador da taxa de quadros original, preferencialmente em 60fps, se o hardware alcançar esse patamar, para que o LSFG possa subir a exibição para 120fps.
Esse limite de taxa de quadros também pode ser feito usando o SpecialK, que é, inclusive, a forma que o pessoal da Digital Foundry achou que funciona melhor com o Lossless Scaling.
Seguindo esses passos e recomendações, por menos de 20 reais é possível aproveitar um software completo, e em constante atualização, que pode ajudar a melhorar a experiência com diversos jogos no seu PC.
E aí? O que achou do Lossless Scaling? Vai ser útil para você? Vai pegar o software em alguma promoção da Steam? Comente nas redes sociais do Voxel!