Fundador da exchange de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried foi condenado a 25 anos de prisão nos Estados Unidos, nesta quinta-feira (28), por se apropriar de mais de US$ 10 bilhões de clientes da empresa, falida em 2022. No ano passado, o executivo já havia sido considerado culpado em acusações de fraude e conspiração.
Na sentença, o juiz distrital do tribunal de Manhattan, Lewis Kaplan, observou que o CEO da FTX sabia que estava agindo de forma criminosa ao enganar os investidores. “Ele lamenta ter feito uma aposta muito ruim sobre a probabilidade de ser pego. Mas ele não vai admitir nada, como é seu direito”, declarou o magistrado.
Sam Bankman-Fried chegou a ter uma fortuna estimada em US$ 26 bilhões.Fonte: Getty Images/Reprodução
Segundo Kaplan, a quantia equivalente a mais de R$ 50 bilhões pela cotação atual inclui US$ 8 bilhões (R$ 40 bilhões) pertencentes aos clientes da corretora de criptomoedas e US$ 1,7 bilhão (R$ 8,5 bilhões) de investidores da empresa. Também há US$ 1,3 bilhão (R$ 6,5 bilhões) dos credores do fundo de hedge Alameda Research.
O juiz também disse que Bankman-Fried mentiu durante seu depoimento ao relatar que não sabia dos gastos dos valores investidos pelos clientes do fundo retirados das contas da exchange. Por conta dos crimes cometidos, o Ministério Público Federal dos EUA pediu uma pena entre 40 e 50 anos de prisão.
Ex-rei das criptomoedas se defende
Falando ao tribunal, o empresário, considerado uma das maiores personalidades do mundo das criptomoedas, lamentou os prejuízos causados a clientes e investidores e negou ter cometido a fraude de maneira intencional, alegando que sua corretora foi vítima da crise do mercado. Ele também pediu desculpas aos ex-colegas de trabalho.
Vale lembrar que a falência da FTX aconteceu após um rombo de US$ 8 bilhões vir à tona, resultando em um enorme prejuízo para quem usava a plataforma. Extraditado das Bahamas em dezembro de 2022, Bankman-Fried foi preso, mas pagou fiança e ficou alguns meses em liberdade.
O antigo magnata dos criptoativos acabou detido novamente em agosto de 2023, após ser acusado de tentar manipular testemunhas da investigação. Além de cumprir os 25 anos de prisão, ele terá que pagar mais de US$ 11 bilhões (R$ 55 bilhões) em reembolsos às vítimas da fraude.