Uma espécie nova e diferente de dinossauro herbívoro foi anunciada recentemente na revista Paleology and Evolutionary Science: o Lokiceratops rangiformis. Batizado em homenagem ao deus mitológico (e também personagem de histórias em quadrinhos) Loki, o dinossauro foi desenterrado badlands (terras áridas) do norte de Montana, nos EUA.
Já exibido no Museu de História Natural de Utah, o dinossauro pode ser considerado um gigante. Além de pesar cerca de 5 toneladas e medir 6,7 metros de comprimento, o animal exibia uma espécie de capacete com dois chifres em forma de lâminas, como o que vimos no adorável vilão do filme dos Vingadores.
Identificado a partir dos restos de um crânio, Loki foi reconstruído de fragmentos do tamanho de pratos, e até menores, e não se parecia com nenhum dinossauro conhecido até então. No entanto, seus chifres o colocaram em grupo do clado Ceratopsia (face com chifres) chamado centrossaurinos, que viveram na Terra durante o período Cretáceo, há 78 milhões de anos.
Como viviam os Lokiceratops?
Em sua época, os Lokiceratops habitavam os pântanos e planícies aluviais da costa oriental da Laramídia, um continente insular formado pelo alagamento da parte central da América do Norte pelo chamado Western Interior Seaway. Esse mar dividiu o atual continente americano em dois grandes territórios insulares: a Laramídea a oeste e a Apalachia a leste.
O clima abrasador de Laramídea foi atenuado após a formação de montanhas e mudanças dramáticas no nível do mar. Nessa paisagem mais acolhedora, os centrossaurinos se diversificaram em diversas famílias com seus imponentes ornamentos e chifres, sobrevivendo até o fim da era dos dinossauros, a chamada Extinção em Massa do Cretáceo-Paleógeno, há aproximadamente 66 milhões de anos.
O Lokiceratops se diferencia dos seus primos chifrudos por algumas características únicas, como “a ausência de chifre no nariz, chifres enormes e curvos em forma de lâmina na parte de trás do frill (coleira óssea) — o maior já encontrado em um dinossauro com chifres — e uma ponta distinta e assimétrica no meio do frill”, diz o estudo.
O que o Lokiceratops revela sobre os demais dinossauros?
Crânio de Lokiceratops rangiformis, em exposição no Museu da Evolução em Maribo, Dinamarca.Fonte: Museu da Evolução
O crânio do Lokiceratops foi escavado na mesma camada rochosa onde haviam sido descobertas outras quatro espécies de dinossauros, o que significa um recorde, segundo o coautor principal do estudo, Joseph Sertich, da Universidade Estadual do Colorado. “É uma diversidade inédita encontrar cinco vivendo juntos”, diz o paleontólogo.
É que, durante o Cretáceo, os animais eram geograficamente limitados, ao contrário da ampla diversidade de grandes mamíferos selvagens que hoje habitam o oeste norte-americano, como os alces. O que o Loki nos diz é que essas espécies evoluíram de forma rápida e em um habitat limitado, como é comum observar em aves.
Segundo o primeiro autor do artigo, Mark Loewen, da Universidade de Utah, o Lokiceratops mostrou que, quando se trata da diversidade entre os dinossauros com chifres, “estamos apenas arranhando a superfície”, conclui.
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