UFL é o novo game de futebol que promete pelo menos balançar outros títulos do gênero, como EA FC e eFootball. O jogo conta com o investimento de Cristiano Ronaldo, e vem investimento pesado no marketing, desde o seu anúncio, que ocorreu alguns anos atrás.
No último final de semana, foi disponibilizada uma versão beta aberta do game, onde jogadores puderam conferir uma prévia do que será lançado ainda este ano. O Voxel jogou essa versão e conta tudo para você. Confira!
Sem times oficiais, mas com estrelas do futebol licenciadas
Assim que a versão beta de UFL é iniciada, a primeira coisa a se notar é a ausência de times completos para escolher. O foco no jogo é justamente montar seu elenco de atletas, esses sim com alguns licenciados, e liderados pelo garoto-propaganda, e investidor, Cristiano Ronaldo.
Antes, é preciso lembrar que o astro português é o maior apoiador do game. CR7 investiu US$ 40 milhões, cerca de R$ 215 milhões, para ajudar no desenvolvimento do jogo. Além é claro de ser a principal cara do novo game, que deixa um ar de curiosidade nos jogadores em como isso vai refletir em concorrentes como EA FC e eFootball.
UFL promete incomodar os rivais quando for lançadoFonte: Reprodução / Voxel
Voltando a falar do jogo, no lobby principal é possível apenas jogar contra um adversário real, seja no mesmo console, ou em partidas online. Para isso, você precisa montar seu time, comprando jogadores e itens, que incluem camisas de times como Mônaco e West Ham United. Também é possível escolher o nome do seu clube e um capitão, que com toda certeza do mundo será Cristiano Ronaldo.
Para conquistar essas moedas virtuais é preciso jogar cada vez mais as partidas, adquirindo um valor maior a cada vitória. Mas também há uma série de bônus para quem participou da beta, que devem refletir quando o jogo for lançado em sua versão final.
Essa parte ficou bastante similar ao que vem sendo utilizado em eFootball desde que se tornou gratuito. Entretanto, resta saber se UFL terá modos offline, ou se o foco será mesmo a interação com outros jogadores.
UFL aposta em sistema de montagem de elencos e partidas multiplayerFonte: Reprodução / Voxel
Visual não deixa a desejar
Em relação aos gráficos, confesso que não esperava tanto de UFL, já que durante toda a sua campanha de divulgação eles não me encheram os olhos. Mas, curiosamente, com o jogo rolando, é possível notar até um certo capricho na reprodução dos gramados virtuais.
Ele adota a mesma tática de seus concorrentes, que é tentar ser o mais realista possível dentro das quatro linhas, e na parte externa fazer o básico. Ou seja, torcedores nas arquibancadas e animações pré e pós jogo, por exemplo, possuem gráficos mais simples. Já dentro de campo há uma bonita caracterização dos gramados, com direito a um convincente efeito de luz e sombra, que ajudam a ampliar a sensação de disputar uma partida real de futebol.
Os elementos extra campo em UFL possuem um visual mais simplesFonte: Reprodução / Voxel
Em relação aos atletas, o procedimento também é o mesmo adotado por EA FC e eFootball: quanto mais importante o jogador, mais ele será caprichado. Sendo assim, Cristiano Ronaldo é de longe o mais real do game, seguido por outros craques, como Kevin De Bruyne e Romelu Lukaku.
O ponto negativo são pequenos bugs visuais, principalmente os que têm relação com a distância da bola entre os pés e outras partes do corpo dos jogadores. Algumas animações, como chutes e passes, também se mostram bem robóticas e quase sempre iguais, independente da circunstância em que são realizadas.
Como era de se esperar, Cristiano Ronaldo é o atleta com o visual mais caprichado em UFLFonte: Reprodução / Voxel
Jogabilidade com potencial, mas ainda amadora
Com a bola rolando, é impossível não fazer uma comparação de UFL com EA FC. A começar pelos comandos, que são praticamente os mesmos, o que é bom para quem, assim como eu, é acostumado com a franquia da Eletronic Arts.
A sensação é de um campo muito mais amplo do que no seu concorrente, além de uma câmera mais próxima, que ao invés de optar pelo zoom, usa a tradicional movimentação, tanto para os lados como para cima e para baixo.
Também é possível notar um jogo mais rápido, o que acaba perdendo um pouco o seu realismo, e indo para um lado mais arcade. Particularmente, não me incomodou, pelo contrário, senti até uma pequena nostalgia da era de ouro da franquia Winning Eleven.
Um dos principais pontos positivos do game é em relação aos goleiros. Quem diria que uma nova franquia teria mais êxito nesse quesito do que as que estão no mercado há décadas? Pois é, em UFL os arqueiros são mais realistas, seja para praticar os movimentos de defesa, como também em reações e saídas de bola. Há alguns momentos de falha? sim, mas são raras e com uma frequência similar ao que acontece com os jogadores reais.
Os goleiros de UFL agradam em relação ao realismoFonte: Reprodução / Voxel
Já os pontos negativos ficam justamente para o sistema de controle e roubada de bola. A começar pela distância notável entre o pé dos atletas virtuais, que incomoda muito ao longo das partidas. Sem falar em outros movimentos, como essa cabeçada com quase 1 metro de distância, que você pode conferir na imagem abaixo,
E para roubar a bola do adversário é muito simples, basta correr na sua direção e pronto. Às vezes nem é preciso apertar o comando que deveria fazer o movimento, basta atravessar o oponente e pronto.
Mas o que incomoda mesmo é o delay do jogo. É bem frustrante a demora entre o que é feito no joystick e o que é reproduzido no game. Sem falar no quanto é prejudicial, já que por conta da sua velocidade, é comum você perder um gol ou a posse de bola por conta do tempo de reação dos jogadores. Se UFL tem mesmo a intenção de ser um game de futebol a nível competitivo, esse precisa ser o principal ponto a ser ajustado para a versão final.
Distância entre a bola e o jogador incomoda bastante em UFLFonte: Reprodução / TecMundo
Vale a pena?
Antes é preciso dizer que essa é apenas uma versão beta do jogo. A própria produtora faz questão de deixar isso explícito na tela a todo momento, junto com a atual data, o que pode significar que haverão novos períodos em breve antes do lançamento.
Com uma experiência de mais de 15 anos envolvidos com testes, posso garantir que já vi muitas versões totalmente repaginadas antes de chegar ao projeto final. Torço muito para que isso aconteça com UFL, principalmente para incomodar a hegemonia de EA FC, que por sua vez não “mexe em time que está ganhando”, e tem apresentado poucas novidades nas suas últimas versões.
Porém, é preciso mexer em muita coisa, mesmo que seja um jogo grátis. Temos eFootball como um grande exemplo que, mesmo não cobrando nada para jogar, ainda sim vem sendo uma decepção para os jogadores. Ao mesmo tempo, é preciso entender que UFL não será lançado como o novo queridinho do gênero, mas o seu começo parece ser mais promissor do que imaginávamos.
E você, o que espera de UFL? Conte para a gente nas redes sociais do Voxel!