O deputado estadual do Paraná Requião Filho (PT) abriu uma denúncia contra um possível vazamento de dados de pais e alunos de escolas públicas do estado. O requerimento protocolado pelo parlamentar convoca o Superintendente da Paraná Educação, Carlos Roberto Tamura, para esclarecer o caso.
O escape de dados teria acontecido na prestação de serviços de uma empresa em Mato Grosso do Sul, contratada para compor os sistemas das cidades do Paraná. Segundo o deputado, há indícios de que os funcionários da empresa em questão teriam acesso privilegiado aos contatos para enviar material político contra professores do estado, o que configura uma violação contra a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
“Este requerimento é um chamado à transparência e à responsabilidade. Em tempos em que a privacidade e a segurança da informação são temas centrais, é essencial que a gestão pública seja exemplar e que os direitos dos cidadãos sejam respeitados”, pontuou o deputado.
Pais e responsáveis de alunos da rede estadual receberam vídeos alertando sobre os perigos das manifestações de professores. (Imagem: Getty Images)Fonte: GettyImages
“A expectativa é de que novas informações surjam, elucidando os procedimentos e políticas adotadas pela Paraná Educação e revelando possíveis desvios e abusos”, complementou o político.
Entenda o caso
A denúncia de Requião Filho acontece após o disparo em massa de um vídeo para telefone de pais e responsáveis de estudantes da rede pública estadual. O material buscava alertar sobre os perigos de envolver filhos em manifestações que aconteciam durante a greve de professores e funcionários do estado. A Secretaria de Educação confirmou o envio dos vídeos.
O APP-Sindicato, entidade representante dos professores de escolas do Paraná, categorizou o envio como “estratégia extremista” em nota publicada no site oficial. Na visão do sindicato, o uso da ferramenta foi ilegal.
“Essa é mais uma de tantas denúncias que recebemos de violência, truculência, assédio, mentiras, ameaças e fraudes utilizadas por este governo para tentar nos intimidar e criminalizar uma greve legítima”, pontuou.
A suspeita é que os contatos de pais de alunos foram vazados para envio de mensagens políticas. (Imagem: Getty Images)
Outro caso mencionado por Requião foi o envio às vésperas das Eleições de 2022. Na ocasião, mensagens foram enviadas em massa pelo número de serviços públicos digitais do governo do Paraná.
“Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senão, vamos à rua protestar! Vamos invadir o congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com todos nós!”, alertava a mensagem.