Originalmente lançado ao espaço no início de maio de 2024, o rover chinês Chang’e-6 chegou ao lado oculto da Lua apenas às 6h23 do último domingo (2). Há pouco, novas informações divulgadas afirmam que a missão lunar conseguiu capturar a primeira ‘selfie’ no lado oculto da Lua, apresentando o veículo espacial, seus rastros e a bandeira nacional da China.
A selfie foi capturada pelo próprio módulo de pouso chinês, que é equipado com uma inovadora tecnologia de IA responsável por transformá-lo em um veículo quase autônomo. Segundo a equipe de pesquisa da missão, o objetivo do Chang’e-6 é tirar selfies e validar as tecnologias de IA utilizadas para fazê-lo funcionar sem a necessidade de um controlador humano.
De acordo com o jornal estatal China Space Daily, após uma intensa coleta de dados lunares, o módulo de pouso foi ‘liberado’ para capturar a selfie. Primeiro, ele se movimentou pela superfície lunar a fim de encontrar o melhor ângulo; em seguida, sua inteligência artificial ajustou a composição da imagem para fotografar e enviá-la automaticamente aos cientistas na Terra.
“Mas outros sistemas em várias naves espaciais Chang’e, bem como sondas lunares recentes desenvolvidas por outros países que não a China, também podem ter feito uso de IA”, disse o astrofísico da Universidade de Hong Kong, Quentin Parker, ao site South China Morning Post (SCMP).
Além da selfie no lado escuro da Lua: qual é o objetivo da Chang’e-6?
Desenvolvido pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), o mini-rover lunar tem aproximadamente 5 quilos e é parte de uma missão para estudar a superfície lunar antes de enviar astronautas para a região. O objetivo da agência espacial chinesa é construir uma base lunar para tripulantes até 2028, mas antes deve enviar missões mais complexas, como as Chang’e-7 e Chang’e-8.
A imagem apresenta a primeira selfie do rover chinês no lado escuro da Lua.Fonte: CSNA
Alguns cientistas não concordam com o uso do termo IA, pois afirmam que se trata de uma tecnologia de automação avançada e que outros veículos lunares de outras nações também já utilizaram tecnologias semelhantes. De qualquer forma, o Chang’e-6 deve coletar mais informações sobre a estrutura e as propriedades do solo lunar.
“A missão Chang’e-6 implementou o primeiro retorno de amostra lunar da humanidade. Ela tem muitas inovações de engenharia, altos riscos e grandes dificuldades em comparação com a missão Chang’e-5 que alcançou um retorno de amostra lunar frontal em 2020. A missão e-6 fez um avanço na tecnologia de design e controle da órbita retrógrada lunar”, é descrito em um documento da Administração Espacial Nacional da China (CNSA).
Gostou do conteúdo? Então, fique por dentro de mais notícias sobre Ciência aqui TecMundo. Se desejar, aproveite para entender como a Rússia e a China estão planejando construir um reator nuclear na Lua. Até a próxima!