Na manhã de quarta-feira (5), às 10h52 (11h52 no horário de Brasília), a espaçonave Starliner Calypso da Boeing realizou o seu primeiro voo tripulado, após muitos adiamentos. Impulsionado pelo foguete Atlas V, da ULA (United Launch Alliance), o veículo levou à Estação Espacial Internacional (ISS) os astronautas Barry Wilmore e Sunita Williams, da NASA.
A Boeing vem trabalhando no projeto CST-100 Starliner desde 2010, quando a empresa foi selecionada, junto com a SpaceX, para o programa Commercial Crew Development (CCDev). O objetivo era desenvolver cápsulas tripuladas capazes de transportar astronautas para a ISS. No entanto, o projeto da gigante de Arlington sofreu vários atrasos e desafios técnicos.
A chegada da Starliner à ISS está marcada para esta quinta-feira (6) às 12h15 (13h15 em Brasília), e pode ser acompanhada ao vivo no site da NASA.
A cápsula, Wilmore e Williams, ficarão no laboratório orbital por uma semana, e depois retornarão à Terra para encerrar a missão. Se tudo correr bem, a Starliner estará finalmente certificada para realizar missões tripuladas de ida e volta à ISS, como é feito pela SpaceX desde maio de 2020.
Diversos problemas antes do primeiro lançamento tripulado
Foram muitos os perrengues passados pelas equipes de desenvolvimento da Starliner, desde que a Boeing recebeu o contrato de US$ 4,2 bilhões (R$ 22,14 bilhões) da NASA, para dividir com a StarX “a franquia da rota Cabo Canaveral – ISS”. O primeiro voo de teste não tripulado, realizado em 2018, terminou com um pouso forçado devido a um problema de software.
O segundo voo de teste também não tripulado, realizado em 2019, falhou por uma combinação de falha no sistema de propulsão, erros de navegação e queima excessiva de combustível. Mas o terceiro voo sem tripulação, lançado em julho de 2021 foi finalmente bem-sucedido e conseguir atracar na ISS.
No entanto, a primeira missão tripulada, marcada para agosto de 2023 teve que ser adiada para maio de 2024 para resolver problemas com o paraquedas e riscos de curto-circuito nos chicotes elétricos.
Já o lançamento de 6 de maio foi adiada por um vazamento de hélio no módulo de serviço, e o do dia 1º de junho foi suspenso, menos de quatro minutos antes do take off, pelo computador que lança o foguete.
Como será o retorno da Starliner à Terra?
Teste do táxi espacial Starliner descendo em dois paraquedas.Fonte: Boeing
Os próximos passos da Starliner incluem um voo de volta até o deserto do Novo México. O objetivo é testar seus paraquedas, que reduzirão sua velocidade após a reentrada atmosférica, para 6,4 quilômetros por horas. A aterrissagem será suavizada por seis airbags.
Podendo ser reutilizada por até dez vezes, a cápsula Starliner poderá também funcionar como um “porto seguro”, permanecendo acoplada à ISS por até sete meses, para fornecer proteção em caso de emergências na estação espacial.
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